O atual vice-presidente do FC Porto começou por reafirmar as ambições do clube e mostrou-se confiante na conquista do título de campeão nacional, mas rapidamente virou arestas para questões relacionadas com a arbitragem, ao afirmar: "Temos muitos obstáculos e razões de queixa por tudo o que se passou até agora".
Arbitragem no centro das atenções
Na entrevista ao jornal O Jogo, Vítor Baía não deixou muitos exemplos concretos, mas não deixou de disparar na direção de Benfica e Sporting.
"Não queremos que nos ajudem, nem queremos ser beneficiados. Queremos que deixem as equipas, com o seu valor e a sua qualidade, cheguem ao fim e que se diga que são campeãs por mérito próprio e não por influência de terceiros. Neste momento, sentimos que estamos a ser prejudicados, como se notou novamente no jogo do Bessa, ao não assinalar um penálti sobre o Eustaquio que foi unânime. A cadência que se evidenciava até aqui mantém-se e prejudica-nos de que maneira. Estou a falar desse lance, mas podemos falar de variadíssimos que têm acontecido ao longo da época", começou por dizer.

“Queremos igualdade de tratamento e não temos sentido isso. Não somos uma equipa de arruaceiros e os outros uma de anjinhos. Há aqui alguma coisa errada. Ainda (ante)ontem (quarta-feira) vimos uma situação gravíssima de um jogador do Benfica a encostar a cabeça a um auxiliar e não aconteceu nada. Esta é a impunidade que lutamos para que não aconteça (...) Existem demasiadas situações nas quais somos prejudicados. Se fosse o nosso capitão, o Pepe, a colocar a cabeça em frente à testa de um auxiliar, estava tudo tramado. Eram primeiras páginas e quase irradiado", acrescentou.
"Sim (refiro-me ao Di María). E que não apareceu, o que é ainda mais grave. Até ao nível de transmissão. Quando não aparece o lance e vemos apenas imagens fotográficas após o jogo terminar… Também é de uma gravidade incrível a forma como as pessoas são tratadas no FC Porto e nos nossos rivais”, rematou.
Vítor Baía lembrou ainda o caso do fora de jogo que ficou por assinalar no Casa Pia - Sporting e criticou a forma como os árbitros têm lidado com Gyökeres: "Pela forma como joga, pela agressividade que coloca no jogo, já devia ter sido expulso em vários".
Eleições com Pinto da Costa
As eleições do FC Porto, agendadas para abril, continuam na ordem do dia, especialmente depois de ter sido oficializada a candidatura de André Villas-Boas. Por outro lado, Pinto da Costa ainda não confirmou a sua candidatura. Ainda assim, Vítor Baía mantém-se de pedra e cal com o atual presidente.

"Não vou mentir ao dizer que existiram pessoas que falaram comigo sobre essa possibilidade. O próprio presidente falou comigo, porque achava que, se ele não fosse candidato, eu estava preparado para assumir essa responsabilidade. E disse ao meu presidente que estaria com ele até ao fim, que não passava pelos meus objetivos e pela minha cabeça deixar de estar com ele", afirmou, sem confirmar a recandidatura de Pinto da Costa.
Por outro lado, Vítor Baía confirma que recusou trabalhar com André Villas-Boas: "Em 2017/18 fui contactado por uma pessoa muito amiga, que tinha relações familiares com um dos mentores deste movimento (...) Convidaram-me para fazer parte desse movimento, ao qual disse na altura que não. Não me revia nessas pessoas, porque tinha saído do FC Porto incompatibilizado com uma delas".