Em setembro, três jogadores da segunda divisão do futebol equatoriano foram assassinados, um deles alegadamente devido a um caso de apostas desportivas.
Angulo, que jogou também na Bolívia e no México, foi baleado num pé quando entrava no treino do seu clube Liga de Portoviejo. Dois atacantes foram detidos.
O avançado está "em condição estável", afirmou o coronel Giovanni Naranjo, chefe policial da província de Manabí (oeste), onde ocorreu o ataque.
Angulo jogou no The Strongest, da Bolívia, e no Cruz Azul, do México. No Equador, vestiu as camisolas do Emelec e do Mushuc Runa.
A Liga de Portoviejo denunciou que "vários" dos seus jogadores "receberam ameaças relacionadas" com o jogo contra o Búhos ULRV, previsto para sexta-feira.
"Repudiamos todo o ato que procure intimidar, amedrontar ou gerar medo nos nossos jogadores, equipa técnica, dirigentes e adeptos", referiu o clube em comunicado.
"Atentado"
Um relatório das Nações Unidas, que incluiu o Equador, alertou para a intromissão do crime organizado no futebol e noutros desportos, que são usados para lavar dinheiro e movimentar lucros.
Anualmente movimentam-se até 1,7 biliões de dólares (cerca de 1,6 biliões de euros) em apostas ilícitas atribuídas a máfias em todo o mundo, segundo o relatório.
De acordo com especialistas, as máfias no Equador visam equipas da segunda divisão que são presas fáceis devido aos seus baixos salários.
Naranjo recordou que uma casa de Angulo foi alvo de busca no ano passado numa operação policial.
Em janeiro de 2024, as autoridades entraram numa casa do futebolista em Guayaquil (sudoeste), detiveram uma mulher que lá vivia e encontraram um sistema de vigilância alegadamente utilizado por grupos criminosos.
"Não descartamos que este atentado esteja relacionado com essa ligação", disse Naranjo.
O Equador vive uma escalada da violência do narcotráfico. No primeiro semestre deste ano, os homicídios aumentaram 47% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o Observatório Equatoriano do Crime Organizado.
