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Montpellier aposta na renovação, mas evita a revolução

Zoumana Camara e Laurent Nicollin
Zoumana Camara e Laurent NicollinIcon Sport / ddp USA / Profimedia

Depois de ter sido lamentavelmente despromovido à Ligue 2, o Montpellier inicia uma nova etapa com Zoumana Camara no banco e um plantel parcialmente rejuvenescido, cujo objetivo passa por regressar de imediato ao convívio dos grandes, apesar da forte concorrência.

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Há 16 anos que o Montpellier não caía para a segunda divisão francesa, e a temporada 2024/25 revelou-se tão desastrosa que, ao menos, acabou por ajudar a preparar a transição. Sem soluções à vista, Jean-Louis Gasset decidiu retirar-se da frente do projeto com antecedência suficiente para que o seu sucessor, Zoumana Camara, pudesse tomar plena consciência da dimensão da tarefa. Uma decisão sensata, que espelha o amor do veterano treinador por um clube fundado, entre outros, pelo seu pai.

Um verão inteligente

Para La Paillade, a primeira prioridade foi reduzir a massa salarial, que estava demasiado elevada. Benjamin Lecomte (Fulham), Jordan Ferri (Sampdoria), Modibo Sagnan (Rizespor), Othmane Maamma (Watford), Kiki Kouyaté (Antuérpia), Issiaga Sylla (Asteras), Falaye Sacko (Neftchi), Birama Touré (Manisa), Wahbi Khazri (sem clube) e Dimitry Bertaud (sem clube) deixaram o plantel, enquanto os emprestados Bamo Meïté (Marselha), Rabby Nzingoula (Estrasburgo) e Andy Delort (MC Alger) regressaram aos respetivos clubes.

O núcleo do balneário teve, assim, de ser reconstruído, com uma mistura entre jogadores experientes, que procuram o regresso imediato à primeira divisão, e jovens promessas. Christophe Laporte, defesa-central de 31 anos (terminou contrato com o Lorient), e Alexandre Mendy, avançado também de 31 anos (emprestado pelo Augsburgo), são as referências de experiência. Já entre os jovens destacam-se Victor Orakpo (23 anos, emprestado pelo Nice), Simon Ngapandouetnbu (22 anos, guarda-redes dispensado pelo Marselha, mas que esteve no banco frente ao Estrela Vermelha no empate 1-1 da estreia) e ainda outros valores emergentes do grupo.

Apesar da grande rotatividade no verão, alguns jogadores importantes mantiveram-se no clube. Christopher Jullien recuperou de uma grave lesão no joelho, enquanto Lucas Mincarelli, Enzo Tchato, Becir Omeragic, Khalil Fayad, Tanguy Coulibaly e Yaël Mouanga foram todos titulares em La Mosson. Théo Saint-Luce, Nicolas Pays (chegado no inverno) e até Téji Savanier, que já parecia afastado do radar, também entraram em campo, a par de Joris Chotard, que deverá rumar ao Brest para substituir Madhi Camara, recentemente transferido para o Rennes.

Para já, Laurent Nicollin cumpriu o primeiro objetivo: atenuar o impacto da descida sem enfraquecer a equipa e, ao mesmo tempo, manter a ambição de regressar de imediato à primeira divisão. Num campeonato altamente competitivo e equilibrado, esse era um passo obrigatório após uma temporada desastrosa na Ligue 1.