Recorde as incidências da partida
Os mais atentos à Liga chegam mesmo a sugerir que este Inter Miami pode ser a melhor equipa de sempre da história da MLS, embora tais afirmações ainda sejam prematuras nesta fase.
Whitecaps no caminho de mais um troféu para Messi
O Vancouver Whitecaps de Thomas Muller era o obstáculo a mais uma conquista de Messi e companhia, com ambos os clubes a disputarem a sua primeira presença de sempre na final da MLS Cup.
A formação canadiana não se deixou intimidar, mesmo sabendo que o Inter tinha marcado uns impressionantes 17 golos nos cinco jogos do playoff até à final.
Isto porque o Vancouver tinha vantagem no registo dos duelos diretos e também tinha marcado em 17 jogos consecutivos antes da final. Os 75 golos apontados na fase regular só foram superados pelos impressionantes 98 do Miami.
Seria a final um duelo entre a força imparável – o Inter tinha vencido oito dos últimos nove jogos em casa na Liga em 2025 – e o objeto inamovível? Os Whitecaps estavam entre as três equipas com menos derrotas na Liga.
Miami adiantou-se no marcador
Os primeiros minutos foram equilibrados, com Tadeo Allende a criar perigo. O número 21 do Inter apareceu depois completamente isolado, após ter sido colocado em jogo por Edier Ocampo, que acabou por desviar o cruzamento de Allende para a própria baliza.
Preocupante para os Whitecaps, sempre que o Inter marcou primeiro, evitou a derrota nos últimos 23 jogos da MLS, desde a derrota por 3-2 frente ao Atlanta United, a 10 de novembro de 2024.
Os anfitriões optaram por ceder a posse de bola, mantendo a defesa sólida e preferindo explorar o contra-ataque, aproveitando a linha defensiva subida dos Whitecaps.
Ian Fray já tinha tentado e ganho ambos os seus desarmes, além de vencer quatro dos cinco duelos individuais no primeiro quarto de hora, mostrando o empenho dos jogadores do Miami em todo o campo.
Influência de Messi começou a crescer
Muller e Brian White tinham dificuldades em entrar no jogo, com o primeiro toque de White na área – um cabeceamento de raspão – a não incomodar Rocco Rios Novo.
A primeira oportunidade de Messi só surgiu aos 25 minutos, mas o seu livre direto saiu fraco e foi facilmente agarrado por Yohei Takaoka.
A influência do argentino começou, no entanto, a crescer, sendo apenas Noah Allen capaz de igualar a sua eficácia de 100% nos passes à passagem da meia hora.
Mais um remate – o 174.º de Messi na época (nenhum outro jogador da MLS tem mais) – foi bloqueado, com os anfitriões a manterem-se por cima; contudo, os Whitecaps começavam a dominar o meio-campo.
Berhalter empurrou os Whitecaps para a frente
Sebastian Berhalter destacou-se pelo trabalho, recuperando a bola para a sua equipa em quatro ocasiões distintas antes do intervalo.
Foi de um livre seu que os Whitecaps estiveram perto do empate, não fosse uma defesa incrível de Rios Novo a remate de Emmanuel Sabbi.
À medida que o intervalo se aproximava, Muller cabeceou com força da marca de penálti, mas Rios Novo segurou, com os Whitecaps a aproveitarem ao máximo os 75% de posse de bola e a somarem o terceiro remate enquadrado em poucos minutos.
Com o Inter incapaz de sair do seu meio-campo durante largos períodos, o domínio passou claramente para o lado dos visitantes quando soou o apito para o descanso.
Empate restabelecido
Allende só tentou quatro passes na primeira parte, enquanto Mateo Silvetti, do Inter, completou outros quatro; a linha defensiva dos Whitecaps fez um excelente trabalho a limitar as intenções ofensivas dos anfitriões.
A segunda parte começou como terminou a primeira, com o Inter a não conseguir assentar o seu jogo e a cometer faltas desnecessárias. Uma 12.ª falta – acima da média da época (11,7 na MLS) – deu livre aos Whitecaps, mas Berhalter desperdiçou a oportunidade.
Os visitantes mantiveram-se ao ataque e o empate acabou por surgir com justiça, quando Ali Ahmed marcou à passagem da hora de jogo.
O Inter Miami voltou a ser apanhado em contrapé logo a seguir, com o remate de Sabbi a bater nos dois postes antes de sair para fora.
De Paul devolveu a vantagem ao Miami
Com 20 minutos por jogar, o Vancouver já tinha feito quase o dobro dos passes dos anfitriões e somava 20 toques na área do Inter Miami, contra apenas oito dos da casa.
Apesar desse domínio, os anfitriões perderam a bola à entrada da sua área e, num instante, Messi encontrou Rodrigo De Paul, que marcou apenas o seu segundo golo pelos Flamingos.
Foi o 100.º golo do clube, somando fase regular e playoff, algo inédito na história da MLS. A oitava assistência de Messi nos playoffs (22.ª da época) também estabeleceu um novo recorde.
O golo deu novo ânimo ao Miami, com Messi, Balthazar Rodriguez e Maximiliano Falcon a recuperarem a posse de bola em cinco ocasiões cada um.
Whitecaps arriscaram tudo
Os Whitecaps pareceram abandonar o seu plano de jogo e arriscaram tudo nos últimos 15 minutos.
Berhalter voltou a destacar-se, impedindo o Inter de se organizar, ao conseguir fugir sucessivamente à pressão e encontrar colegas desmarcados.

Uma série de livres tardios para ambos os lados quebrou o ritmo do jogo, o que, de certa forma, beneficiou os anfitriões.
Todos os jogadores, exceto Takaoka, passaram os últimos minutos no meio-campo do Miami, com o Vancouver a dar tudo para chegar ao empate.
47 títulos para Messi
Alguns passes longos desesperados dos visitantes não surpreenderam, mas, num último lance, foram apanhados em contrapé graças a um passe longo de Jordi Alba para Messi, que depois serviu Allende para este fazer o terceiro golo e selar a vitória.
O avançado estabeleceu assim o recorde absoluto de golos nos playoffs da MLS, com nove, e marcou pelo quarto jogo consecutivo – a sua melhor sequência da época.
O último toque do encontro, de forma quase poética, foi também o último da carreira de Sergio Busquets, e deu a Messi o incrível 47.º troféu da sua carreira profissional, proporcionando a Busquets e Alba um final de sonho nas suas carreiras.
