Depois de uma carreira exclusivamente no futebol espanhol, em equipas como Numancia, Huesca ou Cádiz, Carlos Akapo (31 anos) fez as malas em 2023 e rumou à MLS para se juntar ao San Jose Earthquakes. Agora, a pouco mais de um mês do fim do seu contrato, conta-nos a sua experiência numa liga que mudou consideravelmente desde a chegada de Leo Messi (37) ao Inter Miami.
Por outro lado, o jogador terá de decidir em breve o seu futuro e garante que "veria com bons olhos" um possível regresso à LaLiga em Espanha.

- A Guiné Equatorial esteve muito bem nos últimos dias? Como foi a sua experiência na última pausa internacional?
- Estou feliz porque nos classificamos (para a CAN-2025) antes de jogar essas últimas partidas. Por outras palavras, foi um dos jogos mais tranquilos que pude jogar até agora na seleção, porque já estávamos qualificados.
- Acha que a equipa tem hipóteses de fazer uma boa Taça das Nações Africanas?
- Estamos sempre cheios de confiança. Somos uma equipa muito jovem, temos fome e consideramo-nos com possibilidades. Se assim não fosse, não estaríamos a participar.
- Depois da CAN, há um objetivo mais complicado: o Mundial. O que significava ir ao Campeonato do Mundo com a Guiné Equatorial?
- Bem, acho que seria o melhor. Depois disso, poderia reformar-me. Não por causa da minha idade, mas porque é verdade que depois disso não há mais nada. Qualificar-se para um Mundial com a Guiné, que, hoje em dia, sabemos como é difícil, como é difícil no futebol conseguir isso, seria algo incrível.
- Passando para a MLS... Que balanço faz da passagem pelo San Jose?
- A verdade é positiva. Fui um jogador que jogou sempre que esteve disponível, tive sempre confiança para jogar a titular, senti-me importante na equipa? Já lá estive e estou muito contente por lá estar.
- Se não me engano, não jogou contra Messi nos Estados Unidos, mas percebeu o impulso que a chegada dele à MLS lhe deu? O público de lá está mais envolvido com o futebol?
- Depois da chegada de Messi, as pessoas nos Estados Unidos gostam muito de ver celebridades, estrelas, etc., e a chegada de Messi impulsionou essa abordagem do futebol para todos os fãs. É muito importante para o crescimento do futebol nos Estados Unidos.
- Se enfrentasse o Messi, o que faria ou diria a ele para quebrar a concentração e tentar fazer com que ele tivesse um jogo mau?
- Não sei... A verdade é que não sou um jogador que faça esse tipo de truques, mas tentaria estar o mais perto possível para que ele não pudesse tocar na bola.
- Que diferenças você encontrou entre o futebol espanhol e o americano?
- O ritmo e a tática. Taticamente, em Espanha o futebol é muito comedido, muito tático e de grande qualidade. Nos Estados Unidos, penso que é um pouco mais de força, potência, velocidade? É um futebol mais aberto, mais solto. Essas são as principais diferenças.
- Como é que o desporto é vivido lá? Visto de fora, parece que as partidas são mais um espetáculo do que simples jogos.
- Para nós, não é apenas um jogo. No fundo, vindo de onde venho, da cultura que temos em Espanha em relação ao futebol, os jogos para mim são muito sérios. Cada dia é uma final. Preparo-me para eles como qualquer outra pessoa. Acho que, pouco a pouco, estão a dar mais importância aos jogos (nos Estados Unidos) e, mesmo que não haja despromoção, queremos chegar o mais alto possível.
- O contrato termina em 31 de dezembro... Você pensa em renovar ou há a possibilidade de mudar de ares?
- Estamos agora a aguardar um pouco por tudo. Não está claro. Vamos esperar e ver o que acontece nos próximos meses.
- Talvez um regresso a Espanha?
- É possível. Também não excluo essa hipótese. Veria isso com bons olhos".
