Quando o jovem Mateusz começou a sua carreira, não estava definitivamente rodeado de paisagens exóticas. Nascido na região mineira, o polaco, formado no Gwiazdy Ruda Śląska, mudou-se para o Ruch Chorzów aos dez anos de idade. Após dezenas de exibições bem sucedidas, clubes italianos e alemães interessaram-se pelo jovem de 17 anos, mas os mais convincentes foram os proprietários do Leeds United.
Com as cores do tricampeão inglês, treinou com o famoso Marcelo Bielsa e conheceu outro polaco na equipa, Mateusz Klich, que era então um importante soldado do argentino. No entanto, os elogios do treinador não satisfizeram a ambição de Bogusz de jogar regularmente.
Numa equipa que lutava pela subida à Premier League, era difícil entrar no plantel já estabelecido, mas, apesar disso, o treinador pressionou o clube a manter o polaco. Este último, porém, não tinha qualquer intenção de ficar sentado no banco e, juntamente com o seu agente, lutou pela possibilidade de ser emprestado ao Logroñes, de Espanha, o que foi possível graças à familiaridade dos proprietários dos dois clubes.
O jogador teve um desempenho medíocre numa equipa que lutava para se manter na Liga 2, mas, acima de tudo, sentiu que também preferia respirar outros ares. Com razão, a sua próxima paragem acabou por ser a eternamente alegre Ibiza. Bogusz recuperou a energia e, inspirado pelo ambiente alegre, libertou o seu potencial e a sua capacidade de marcar golos espetaculares, muitas vezes de livre ou de longe. Nessa altura, ainda não pensava que as Ilhas Baleares eram apenas o início do seu percurso solarengo, embora tivesse pela frente uma longa viagem.
Após duas épocas de sucesso, Bogusz foi vendido por um simbólico milhão de euros ao Los Angeles FC. E foi aí que o seu talento floresceu de vez. Jogo regular, um golo mais bonito que o outro, estatuto de jogador-chave da equipa. E tinha alguém com quem aprender, contou em entrevista exclusiva ao Flashscore.
"Sento-me mesmo ao lado do Hugo (Lloris) no balneário, um lugar ao lado dele, e temos um bom contacto. Ele é uma pessoa normal, talvez um campeão do mundo, mas isso não muda o facto de ele ser apenas um ser humano. Sinto-me tão à vontade com ele que falamos de praticamente tudo. Quando ele vê alguma coisa, dá sempre dicas, depois dos treinos ou dos jogos dá dicas, mas, no dia a dia, é muito difícil para mim apontar uma coisa. Não sinto que estou sentado ao lado de um campeão, porque ele é apenas um companheiro de balneário e acho que é por isso que todos o apreciam mais", afirmou.
Na mesma entrevista, admitiu que a sua aventura no LA FC estava a chegar ao fim, pois era esse o seu plano desde o início. No entanto, deixou um legado duradouro sob a forma de estatísticas impressionantes: 19 golos e 12 assistências em 69 jogos era um excelente anúncio para um médio ofensivo.
E foi suficientemente sugestivo para despertar o interesse de outros clubes. No entanto, quando os jornalistas polacos estavam à espreita nos aeroportos da Europa, Bogusz voltou a surpreender toda a gente. Pegou em algumas t-shirts, vestiu um sombrero e voou para o México. Ao assinar com o Cruz Azul, Bogusz tornou-se o quarto polaco a jogar na liga local, mas o primeiro em 30 anos.
Como é que ele se está a sair na Liga MX? Muito bem! Bogusz causou uma enorme impressão desde o início, ganhou um lugar no plantel e 10 jogos, com um golo e duas assistências, confirmam a sua classe. Ao fazê-lo, demonstrou coragem, porque desbravar caminhos em locais tão remotos exige, acima de tudo, um forte lado mental e resistência ao stress.
E também a sua curiosidade pelo mundo, porque é um futebolista único, que não quer apenas jogar em algum lado, mas jogar onde se sente feliz. Utiliza a sua carreira para explorar o mundo e, ao mesmo tempo, outras culturas e, com isso, impressiona cada vez mais adeptos.
Depois de anos a insistir em assistir a várias ligas exóticas, os adeptos polacos sabem uma coisa - se vão puxar pela noite dentro, é por Bogusz.