Nos últimos dois anos, as antigas estrelas do Barcelona e da seleção espanhola desempenharam o papel de escudeiros de luxo de Lionel Messi num projeto criado para dominar a liga norte-americana.
A chegada a Miami deste trio, ao qual se juntou meses depois o uruguaio Luis Suárez, revolucionou por completo a jovem franquia da Florida, atraindo a atenção do mundo do futebol.
Uma das piores equipas da MLS passou, de um dia para o outro, a lutar por todos os títulos sob o comando de um quarteto de veteranos entre os 36 e os 38 anos.
A sala de troféus foi inaugurada com a conquista da Taça das Ligas em 2023, mas desde então os torneios foram passando sem que o Inter conseguisse capitalizar a maior coleção de lendas alguma vez reunida no futebol norte-americano. A última oportunidade de o fazerem juntos será este sábado, numa final — a primeira do Inter na liga doméstica — frente ao Vancouver Whitecaps do alemão Thomas Müller, outro ícone europeu recém-chegado à MLS.
"Um cocktail de emoções"
A 48 horas do duelo, que o Inter disputará em casa, Jordi Alba admitiu que espera um cocktail de emoções imprevisível. "Esta final é diferente porque vai ser o meu último jogo", sublinhou na quinta-feira perante os jornalistas. "Estamos a lutar por um título que para mim é importante, mas acredito que é ainda mais importante para o clube". O meu último jogo pelo Barcelona foi muito emotivo, muito marcante. Sabia que não voltaria a vestir aquela camisola que tanto me deu. Mas agora trata-se de deixar o futebol e, obviamente, é um passo ainda maior".
"Custa-me que acabe"
Tanto Alba como Busquets anunciaram a intenção de se retirarem antes do início dos play-offs, pelo que cada eliminatória disputada pelo Inter era tudo ou nada para ambos.
Miami despachou com goleadas Nashville, FC Cincinnati e New York City, com um Messi em grande forma e um Alba que continua a ser uma autêntica seta ofensiva pela esquerda. O desempenho notável, refletido nos seis golos e 15 assistências desta época, e a ligação quase telepática com Messi alimentaram o desejo dos adeptos de que repense a decisão de se retirar.
"Fisicamente poderia jogar mais tempo, mas há outros fatores (...) Custa-me que termine, mas nunca tive dúvidas", confirmou esta quinta-feira, antes de recordar a escolha de Miami como destino final: "Sabia que seria uma experiência diferente, mas apelativa, e que poderia reencontrar antigos companheiros. Desde então, o clube cresceu imenso. Foi um percurso difícil até aqui e esta final é histórica para o clube".
A incógnita Suárez
Para lá de sábado, o Inter tem garantida a continuidade do seu projeto "galáctico", apesar da saída dos dois fundadores espanhóis. O clube, copropriedade de David Beckham, acaba de assegurar a renovação de Messi até 2028 e a contratação de outro campeão mundial argentino, Rodrigo De Paul.
Também já se fala em possíveis reforços para a próxima época, na qual o Inter vai inaugurar o seu novo estádio, o Miami Freedom Park.
A grande dúvida é se Luis Suárez continuará a vestir de rosa depois da final de sábado ou se também pendurará as botas.
O Pistolero, que fará 39 anos em janeiro, já manifestou o desejo de renovar o contrato que termina este mês, mas até ao momento não há notícias do início de negociações.
A possibilidade de o uruguaio continuar ao lado do seu grande amigo Messi ficou ainda mais em dúvida nestes playoffs, em que perdeu a titularidade para Mateo Silvetti, uma jovem promessa argentina de 19 anos.
