Atualmente, as equipas de reservas da MLS jogam na MLS Next Pro, que começou há dois anos e funciona no terceiro escalão do futebol nos Estados Unidos.
Mas a MLS planeia transformar algumas dessas equipas secundárias em novos clubes, com sede fora da casa do seu clube-mãe.
Charles Altchek, presidente da MLS Next Pro, disse em entrevista à AFP que a MLS quer estar em posição de capitalizar totalmente o impacto do Mundial que será realizado nos EUA, Canadá e México.
"Olhando para o Mundial de 2026, queremos estar no maior número possível de mercados que queiram futebol profissional", disse.
O Nashville SC, da MLS, é o primeiro clube a fazer a mudança, levando a sua equipa de reservas para Huntsville, no Alabama, onde jogou na época passada como Huntsville City.
"Tem sido um sucesso incrível", disse Altchek.
"Achávamos que ia funcionar, mas superou em todos os aspetos. A equipa desenvolveu uma ligação muito importante com os adeptos locais. A comunidade tem apoiado muito o clube, e isso só vai melhorar com o passar dos anos", acrescentou.
Altchek afirmou ainda que a mudança de sistema constituiu uma prova de conceito para outros clubes, que poderão agora seguir o exemplo.
"Temos agora o nosso primeiro exemplo prático e real de uma destas relações que funciona de forma sustentável e produtiva e que nos ajuda a atingir os nossos objetivos coletivos e a cidade tem o que quer, uma equipa de futebol profissional realmente dinâmica", acrescentou.
Embora os clubes tenham a opção de continuar com equipas de reservas normais, estão a ser encorajados pela liga a analisar a forma como se podem transformar.
"Pensamos que é muito importante explorar as oportunidades de ter a equipa a jogar num local diferente e ativar uma nova base de adeptos, ativar um novo mercado, levar o futebol profissional a um novo mercado. Achamos que é uma oportunidade tremenda de fazer isso", disse Altchek.
Embora a primeira divisão da MLS, que começou a ser jogada em 1996, tenha se tornado uma liga sólida, com o San Diego prestes a tornar-se o 30.º clube em 2025, as divisões inferiores do futebol americano continuam a ser atormentadas pela instabilidade.
Na segunda-feira, o Rio Grande Valley FC, do Texas, que jogava na United Soccer Leagues, que opera a segunda divisão e a terceira divisão do país, anunciou a sua desistência.
Além da mudança das equipas de reservas, a MLS Next Pro também está a atrair o interesse de clubes independentes sem qualquer ligação anterior à liga.
Na próxima época, o Chattanooga FC, que anteriormente jogava noutra liga da terceira divisão, a NISA, vai juntar-se à MLS Next Pro, juntamente com um clube totalmente novo, o Carolina Core, com sede em High Point, na Carolina do Norte.
O Jacksonville Armada, que jogou noutras ligas inferiores, mas está inativo desde 2018, deverá aderir à liga em 2025, estando prevista outra nova equipa em Cleveland para o ano seguinte.
Mercados abertos
Altchek diz que a oportunidade de entrar no ecossistema da MLS é atrativa para os potenciais novos clubes e que a liga vê muitas localizações possíveis para as equipas.
"Há muitas oportunidades, muitos mercados abertos, muitas cidades fantásticas que não têm futebol profissional nos EUA", afirmou.
A liga também está a discutir internamente a possibilidade de, no futuro, criar uma liga de segunda divisão com possível circulação entre as duas divisões - uma novidade num país sem promoção e despromoção.
"Estamos um pouco longe disso, mas quando começamos a ter 40 equipas a jogar, temos alguma escala. Será que se pensa em criar uma segunda divisão? Se chegássemos a esse ponto, poderíamos criar formatos realmente criativos e competitivos entre as divisões? Certamente entre a segunda e a terceira divisão da Next Pro. E depois a pergunta é: o que é que se pode inventar de realmente criativo que possa incluir a primeira divisão?", acrescentou.
A tentativa da MLS de incluir as equipas da MLS Next Pro na competição nacional anual de eliminatórias entre divisões, a US Open Cup, foi frustrada esta semana, quando a Federação de Futebol dos EUA rejeitou um pedido de derrogação da regra que proíbe a participação de equipas com proprietários de clubes de divisões superiores.
Mas Altchek diz que a liga está a estudar outras formas de competição para os clubes, incluindo jogos internacionais.
A liga tem mantido discussões com a Liga MX do México sobre um torneio combinado semelhante à Taça das Ligas da MLS, que foi vencida pelo Inter Miami, de Lionel Messi, em agosto.