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Liga Moçambicana de Futebol alerta para clubes em risco no Moçambola

Alberto Simango, presidente da Liga Moçambicana de Futebol
Alberto Simango, presidente da Liga Moçambicana de FutebolFederação Moçambicana de Futebol

O presidente da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), Alberto Simango, alertou esta terça-feira que três clubes do Moçambola arriscam perder eventuais títulos desta época, ou mesmo descer de divisão, caso não regularizem a situção administrativa.

Vão competir até ao fim, o que pode acontecer é que quando ganharem o campeonato podem perder o título. Quando ganharem, por exemplo, a qualificação para permanecerem no Moçambola, podem descer de divisão, se tiverem a situação ainda não regularizada”, disse aos jornalistas Alberto Simango, sem detalhar a natureza das irregularidades.

Segundo o presidente da LMF, os problemas registam-se no Clube Desportivo da Matola, no Textáfrica do Chimoio e no Baía da Pemba, situação que, referiu ainda Simango, “já aconteceu no passado”, mas que, desta vez, a liga está a interceder junto de direções, empresas e autoridades locais para encontrar soluções.

“Estou em crer que a situação vai ficar regularizada o quanto mais breve possível”, frisou o responsável, acrescentando que um dos clubes regista problemas de atrasos salariais.

Apesar dos constrangimentos administrativos, Simango afirmou que se vai respeitar até ao fim o principal campeonato moçambicano de futebol, que já vai na oitava jornada.

Neste momento, são assuntos administrativos, mas a parte desportiva vai ser respeitada até o fim do campeonato”, concluiu.

O presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) alertou, em 24 de julho, que havia clubes do principal campeonato do país que não cumpriam os "requisitos exigidos" da competição e que arriscavam a exclusão, levando a "alterar a tabela classificativa" da prova.

“Infelizmente, alguns clubes que estão no Moçambola não estão a cumprir com os requisitos do licenciamento. Já mandámos alguns ofícios para esses clubes e a FMF e o departamento de licenciamento poderão vir a retirar a licença a esses clubes (...). Isto, infelizmente, pode mexer com a tabela classificativa”, afirmou Feizal Sidat.

Segundo o dirigente, todos os 14 clubes que iniciaram o Moçambola cumpriram os requisitos de licenciamento no arranque, mas, “ao longo da competição, começaram os incumprimentos”, como salários em atraso, falhas administrativas e questões relacionadas com infraestruturas.

Feizal Sidat garantiu, na altura, que o mesmo rigor será aplicado à segunda divisão moçambicana de futebol: “Mesmo que seja campeão provincial de Gaza, de Maputo, ou de Cabo Delgado, se não for licenciado, não poderá participar nesta competição”.

Alertou ainda que, "em 2025, não há contemplações", e que são regras da FIFA e da Confederação Africana de Futebol (CAF), que a FMF, como gestora do futebol moçambicano, terá de fazer cumprir.

O Moçambola de 2025, com 14 equipas, tem sofrido vários reveses, desde logo arrancando em 17 de maio e não em 26 de março, como previsto, sofrendo uma paragem de duas semanas em 10 de julho, por indisponibilidade da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) em assegurar o transporte das equipas por falta de pagamento dos clubes, alegando 100 milhões de meticais (cerca de 1,3 milhões de euros) em dívidas desde 2024.

Em 01 de agosto, registou-se um aparatoso acidente envolvendo o autocarro da equipa da Associação Desportiva de Vilankulo (ADV), que regressava de uma partida do Moçambola por estrada, clube cujos jogos estão a ser adiados por decisão da Liga Moçambicana de Futebol.

A empresa Cervejas de Moçambique (CDM) disponibilizou um milhão de dólares (cerca de 860 mil euros) “para garantir a continuidade” do Moçambola em 2025, anunciou na sexta-feira, em comunicado, a Presidência da República moçambicana, explicando que o apoio servirá para apoiar a logística da competição.

Na informação, é referido que o “apoio imediato” foi confirmado pelos administradores da empresa, numa reunião com o chefe de Estado, respondendo “a um apelo especial” de Daniel Chapo, “motivado por preocupações com a segurança, a viabilidade e o futuro da principal prova futebolística do país”.