"O interesse por ele é incrível. Acho que é o livro certo na hora certa. As pessoas realmente adoram ver camisas de futebol e eu senti que o abordei de um ângulo diferente. O futebol tem a ver com as pessoas, e eu achava que o lado do setor de colecionadores de camisas não havia sido contado. Foi uma surpresa incrível, é bom ter sido reconhecido", disse ao Tribalfootball.
O escocês trabalha com capital privado na gestão de ativos e património e talvez seja um pouco surpreendente ver alguém como ele interessar-se tanto por coleções, mas a explicação é óbvia. Após 30 anos a colecionar camisolas, Blair juntou análise de dados e custos das camisas e da inflação numa "interseção natural" para unir as duas coisas.
"O interesse por camisolas começou primeiro, mas o que realmente me levou a escrever foi a curiosidade de saber por que algumas camisas dos anos 90 valiam centenas, senão milhares de libras, e outras quase não valiam nada. Quais são os pontos de dados que realmente aumentam o valor de uma camisa?. Se conseguir descobrir a estrutura em torno disso, significa que pode prever futuros clássicos e entender para onde o mercado vai", explica John Blair como premissa do livro, no qual detalhou o que chama de "9 Pilares" de como definir o sucesso de uma camisola de futebol.
"A minha noção sobre isso era que o design de uma camisoa era um pouco enfatizado demais porque há alguns designs incríveis por aí, mas os emblemas foram despromovidos e esses kits não aumentaram de valor. As pessoas não têm o desejo de comprá-los. O futebol é sobre momentos. Trata-se de golos. Tem a ver com jogadores e todos nós temos os mesmos momentos".
"Criamos a mesma nostalgia em torno desses golos. Isso realmente aumenta a procura. Pense na camisola de Marco van Basten de 1988, quando ele marca aquele golo. Esse kit tem uma procura muito alta e, no momento, é comercializado por mais de mil euros aproximadamente", completou.
Segundo Blair, a associação das camisolas com jogadores e momentos marcantes faz o valor subir. "Na época de Roberto Baggio no Brescia, essas camisolas eram muito caras e difíceis de encontrar. Há o Zola no Chelsea, o Asprilla no Newcastle, as camisolas que têm esse tipo de nome de jogador nas costas tendem a ser cerca de 40% mais caras do que as que não têm", explica o escocês, que também tem algumas camisas favoritas.
Uma coleção enorme
"Certamente sou um garoto dos anos 1990 e o futebol italiano desta década era enorme no Reino Unido. Aquelas camisolas da Inter de Milão, as da Fiorentina com o patrocínio da Nintendo, a original do Ronaldo, muitas das camisolas da Juventus. Eu tendo a girar em torno delas, mas sinto que dou uma resposta diferente a cada vez", afirma rindo.
Blair admitiu que uma camisola em particular tem um espaço especial no coração e mostra a lendária camisa preta do Manchester United com o nome de Eric Cantona nas costas.
"Eu realmente adoro esta camisola. É o primeiro uniforme preto já usado na Premier League. Os árbitros mudaram de cor em 1995, tornando o preto disponível. Ela tem uma estampa amarela brilhante com o emblema do fabricante e, obviamente, é culturalmente importante", referindo-se ao momento em que Cantona deu um pontapé num adepto, em 1995, usando a camisola.
A coleção pessoal de camisolas de John Blair é estimada em cerca de 500, mais ou menos, e ele parece ter encontrado ouro também na vida pessoal. A esposa, na verdade, não acha que ele é maluco.
"Ela vem de uma família de jogadores de futebol que são todos adeptos do Sunderland, que compram bilheres de época. Ela abraçou o papel de mãe do futebol".
No entanto, os dois bens mais caros da coleção vêm da Inglaterra e da Itália. "Tenho uma camisa autografada da final da Taça de Inglaterra do Manchester United com jogadores como Cristiano Ronaldo, Rooney, Van Nistelrooy e Sir Alex Ferguson. Nunca a avaliei, mas imagino que ela deva valer uma boa quantia. Em termos do maior valor que já gastei em uma camisa, foi a da Inter de Milão, vencedora da Taça UEFA em 1998, na era Ronaldo".
Blair estima que, hoje em dia, a camisola deve custar cerca de 500 a 600 euros para ter uma camisa que custava "provavelmente 40 euros na altura".
Os 9 pilares de John Blair sobre o que aumenta o valor de uma camisola:
1: Sucesso no campo
2: Associação com o jogador
3: Design
4: Patrocínio
5: Polémica
6: Nostalgia
7: Marco histórico
8: Escassez
9: Tamanho dos adeptos