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Alisson fala sobre a morte do pai: "Guardiola e Ancelotti enviaram-me cartas de apoio"

Alisson, guarda-redes do Liverpool
Alisson, guarda-redes do LiverpoolPaul ELLIS / AFP / AFP / Profimedia
O guarda-redes do Liverpool, Alisson Becker, falou sobre a morte do seu pai, esta semana, e revelou quantas pessoas lhe enviaram mensagens de apoio.

José Becker faleceu em circunstâncias trágicas em 2021, depois de se ter afogado num lago perto da casa da família. As restrições globais de viagem durante a pandemia de Covid-19 levaram o número 1 do Liverpool a assistir ao funeral virtualmente, o que teria tornado a sua morte ainda mais difícil de aceitar.

A morte do pai esmagou-o

Num artigo emocionado publicado no The Players' Tribune, Alisson disse que sabia que o seu pai teria querido que ele ficasse com a mulher e os filhos, dadas as circunstâncias, mesmo que isso o tivesse destroçado emocionalmente.

"Quando ele morreu, isso destruiu-me. Não conseguia sequer pensar em futebol. Tinha de continuar a lembrar-me que até jogava futebol e que estávamos a lutar pelo Top 4", escreveu.

"Foi ainda mais complicado, porque foi mesmo no meio da pandemia e a logística para regressar a casa foi um pesadelo. A minha mulher estava grávida do nosso terceiro filho, e a Covid estava a explodir novamente no Brasil. O seu médico disse que era arriscado para ela viajar, por isso teve de ficar em Liverpool com os nossos filhos. Foi uma angústia total para ela, porque amava muito o meu pai", acrescentou.

"Sempre brincámos que ele era quem mais a amava. Se alguma vez tivéssemos um pequeno desentendimento em frente ao meu pai, ele dizia sempre: 'Acho que a Natalia tem razão'. Ela era a filha que ele nunca teve. Eu ia ter de viajar sozinho para o Brasil", lembrou o guarda-redes brasileiro.

Apoio do mundo do futebol

O internacional brasileiro revelou depois que recebeu cartas sentidas de rivais como Pep Guardiola e Carlo Ancelotti e um telefonema do treinador Jurgen Klopp, o que significou muito para ele, num momento tão negro.

"Os dois ou três dias seguintes foram um borrão. A próxima coisa de que me lembro é de todas as flores a chegarem a nossa casa. Do Virgil, do Andy, do Fabinho, do Firmino, do Thiago.... e por aí fora. Todos os meus irmãos. Todos nos mandaram flores com uma nota de condolências. E não só dos meus colegas de equipa, mas até o Pep Guardiola e o Carlo Ancelotti me enviaram uma carta de condolências. Isso tocou-me mesmo no coração. De 10 em 10 minutos, batiam à nossa porta, com um estafeta a segurar flores", contou Alisson.

"Acho que essas pessoas não conseguem perceber o quanto uma coisa tão pequena significa quando estamos a sofrer. Foi um lembrete de que até os maiores rivais reconhecem o ser humano por trás do nome no equipamento. Nunca me vou esquecer que o Jurgen me ligou e eu estava a sentir-me tão culpado por ter faltado ao treino, porque estávamos fora do Top 4 e precisávamos de todos os pontos. Mas Jurgen disse-me para tirar o tempo que precisasse", lembrou o guarda-redes.