Uma investigação realizada em novembro pela BBC revelou que mais de 2.000 mensagens extremamente violentas, incluindo ameaças de morte e de violação, foram publicadas na Internet contra personalidades que atuam nos campeonatos femininos e masculinos de Inglaterra durante apenas um fim de semana.
"Hoje em dia, é normal em qualquer profissão estar exposto a isso. Mas eu não vejo, protejo-me", respondeu Amorim, um dos treinadores mais afetados pelo assédio online. Desde novembro de 2024, o português de 40 anos está ao comando do Manchester United, um dos clubes mais seguidos do mundo, mas os resultados desportivos têm sido globalmente dececionantes.
Os Red Devils terminaram em 15.º lugar na Premier League na época passada, o pior registo desde a descida de divisão em 1973/1974, sem garantir qualquer vaga europeia. Esta temporada começaram melhor, ocupando o 7.º posto antes da 14.ª jornada.
"Não vejo televisão quando falam do Manchester United. Não é por discordar, na maioria das vezes até concordo com muitas coisas que vocês (os jornalistas, ndr) dizem. Mas é uma forma de proteger a minha saúde", explicou em conferência de imprensa, na véspera de receber o West Ham.
Amorim explicou que não precisa de opiniões externas porque, garante, "ninguém pode ser mais exigente do que eu quando perdemos ou quando não jogamos bem".
"É claro que perco dinheiro em termos de patrocínios. No Instagram, poderia ganhar bastante. Mas para mim, a qualidade da minha vida e a proteção da minha família, a possibilidade de ter uma vida normal, isso não compensa. Uns dólares ou libras a mais não justificam", sublinhou.

