Recorde as incidências do encontro
Os adeptos, na sua maioria vestidos de preto, marcharam para o estádio em protesto contra a propriedade do clube, que tem sido criticada pelo fraco desempenho da equipa em campo, para além do aumento dos preços dos bilhetes e da perda de postos de trabalho.
Os manifestantes entoaram cânticos e levaram cartazes, um dos quais dizia "Love United, Hate Glazers", em referência aos proprietários americanos do United, a família Glazer. Organizado pela organização de adeptos The 1958, o protesto assinalou pouco mais de um ano desde que o bilionário britânico Jim Ratcliffe fechou um acordo para comprar uma participação de 25% no clube.
"Este clube nunca morrerá, isso é claro. Sente-se isso nas ruas. Este é um grande negócio e talvez todos os adeptos desta liga sintam, por vezes, que é mais difícil ir aos jogos e pagar os bilhetes", disse Amorim após o jogo de domingo.
"Queremos dar-lhes grandes jogos. No futuro, não vamos jogar assim", garantiu o técnico.
Amorim tinha dito antes do pontapé de saída que esperava que a sua equipa "aproveitasse a energia" da agitação dos adeptos.
No entanto, após o empate, o treinador mostrou-se sobretudo desiludido com a primeira parte em que o United esteve sob pressão e defendeu em bloco.
"É apenas o bloco baixo, é apenas a maneira de dar a bola ao adversário", disse. "Mas o espírito de seguir o plano, de estarmos juntos, é uma coisa boa. Isto é um exemplo para o futuro, mas estou a ver apenas o bloco baixo, e dá para sentir um pouco a frustração dos nossos adeptos na primeira parte".
Amorim foi questionado sobre a razão pela qual a sua equipa, que derrotou o Manchester City por 2-1 em dezembro e empatou com o líder Liverpool por 2-2 em janeiro, tende a jogar bem contra equipas melhores.
"Não sei. Se calhar, é porque nesses jogos é um pouco mais aceitável jogar no bloco baixo, e isso pode ajudar-nos muito", disse o português.
"Contra as outras equipas, temos de jogar para a frente. Por isso é que é difícil aqui. Às vezes temos de pressionar alto, é mais difícil, às vezes as características dos jogadores não são as mesmas para o fazer", analisou ainda.
O capitão do United, Bruno Fernandes, marcou o único golo da equipa com um livre direto brilhante ainda antes do intervalo.
"Acho que está sempre a dar o máximo. Por vezes, pode mostrar alguma frustração em alguns momentos que o podem magoar mais do que ninguém, e eu compreendo isso, é a frustração de querer ganhar", elogiou o antigo técnico do Sporting.
"Ele está sempre disponível, sempre presente para jogar em diferentes posições quando precisamos, por vezes um golo, um livre e uma assistência, está sempre presente. Ele é um exemplo muito bom para os outros jogadores", acrescentou sobre o português.
Nas últimas semanas, o internacional português tem sido alvo de críticas pela sua liderança, com o antigo capitão do United, Roy Keane, a classificá-lo de "impostor", mas Ruben Amorim voltou a defender o médio.
"Que precisamos de mais Brunos? Isso é claro. Não só pela qualidade, mas também pelo carácter que ele tem. A disponibilidade neste campeonato, que é tão importante, e é tão decisivo com a bola e sem a bola", reforçou.