O mercado de transferências de verão foi dominado por intermináveis novelas de avançados, com os clubes da Premier League a investirem fortemente na tentativa de garantir algumas das maiores estrelas do futebol, e quase não houve um momento em que Fabrizio Romano não estivesse a publicar novidades sobre uma dessas transferências.
Agora, com oito jornadas já disputadas na época 2025/26, começamos a perceber quem está a adaptar-se bem ao novo clube e quem está a ter dificuldades em corresponder ao entusiasmo gerado.
Por isso, avaliamos todas as contratações de avançados da Premier League que custaram mais de 60 milhões de euros.
João Pedro – Chelsea
João Pedro saiu de uma praia brasileira diretamente para a equipa principal do Chelsea durante a campanha vitoriosa no Mundial de Clubes, marcando três golos, incluindo um na final frente ao PSG, ajudando a garantir o vistoso troféu.
Depois, manteve esse bom momento nos primeiros jogos do Chelsea na Premier League, somando mais dois golos e duas assistências nas três primeiras partidas. João Pedro começava a afirmar-se como o novo homem de confiança de Enzo Maresca.
Desde o último golo, na vitória por 2-0 frente ao Fulham, Pedro já leva nove jogos sem marcar, tanto pelo clube como pela seleção. O principal motivo é que não é propriamente um ponta-de-lança puro, rendendo mais a jogar atrás de alguém como Liam Delap, que tem estado lesionado no último mês.
Avaliação – C+
Benjamin Sesko – Manchester United
Quando tudo indicava que o gigante esloveno iria para o Newcastle, o Manchester United entrou em cena e convenceu-o a rumar a Old Trafford, por um valor a rondar os 80 milhões de euros, vindo do RB Leipzig. Também esteve fortemente associado ao Arsenal, mas os londrinos optaram por outro jogador.
Ruben Amorim foi cauteloso na integração de Sesko, dando-lhe a titularidade apenas na derrota com o Grimsby Town, da League Two, na Carabao Cup, depois de algumas entradas como suplente frente ao Arsenal e ao Fulham.
Agora já é mais presença habitual, embora tenha voltado a começar no banco na vitória dramática por 1-2 sobre o Liverpool em Anfield. Dois golos em quatro jogos a titular na Premier League é um registo interessante para um jovem avançado a adaptar-se a uma liga totalmente nova.
Avaliação – B
Nick Woltemade – Newcastle
A equipa de Eddie Howe foi motivo de chacota durante grande parte do mercado. Não só a estrela Alexander Isak forçava a saída, como parecia que todos os alvos preferiam clubes do ‘big six’ mais estabelecidos.
Acabaram por acertar no final do mercado e, com Isak praticamente de saída, o Newcastle contratou Nick Woltemade ao Estugarda por um valor recorde de 73 milhões de euros, deixando os dirigentes do Bayern Munique furiosos.
Woltemade é agora o avançado com mais golos desta lista, com cinco em oito jogos em todas as competições, sendo quatro deles em cinco partidas da Premier League, incluindo um golo de belo efeito na derrota por 2-1 frente ao Brighton. Quem precisa de Isak?
Avaliação – A
Viktor Gyokeres – Arsenal
O sueco foi contratado como a peça que faltava no puzzle de Mikel Arteta para conquistar o título. Finalmente, o Arsenal tem um número nove com um registo de golos impressionante, capaz de elevar a equipa e acabar com a seca de troféus de cinco anos.
Tem sido uma curva de aprendizagem acentuada, tanto para o clube como para o jogador, nestas oito primeiras jornadas da Premier League. Gyokeres brilhou na vitória por 5-0 frente ao Leeds, marcando o tipo de golo que fazia no Sporting, logo no seu primeiro tento pelo clube.
Tal como João Pedro no Chelsea, Gyokeres já leva nove jogos sem marcar, entre clube e seleção. Parece desajustado e pouco à vontade numa equipa recheada de jogadores tecnicamente evoluídos. A adaptação ao clube vai exigir tempo.
Avaliação – C
Hugo Ekitiké – Liverpool
O primeiro dos grandes reforços para o ataque do Liverpool também esteve fortemente associado ao Newcastle antes de decidir outro destino. Ekitiké acabou por juntar-se à equipa de Arne Slot por cerca de 85 milhões de euros, oriundo do Eintracht Frankfurt.
O início foi promissor, com o francês a marcar nos três primeiros jogos consecutivos, mas, após um cartão vermelho desnecessário na vitória por 2-1 sobre o Southampton, na Taça da Liga, passou a habituar-se ao banco.
Pelos vistos, o Liverpool não se contentou com apenas um grande avançado, sentiu necessidade de mais um para satisfazer a ânsia de reforços, deixando Ekitiké sem certezas sobre a frequência e a posição em que irá jogar.
Avaliação – B
Alexander Isak – Liverpool
Guardámos para o fim o detentor do recorde britânico de transferências, com 133 milhões de euros. Arne Slot disse que já podemos avaliar as suas exibições antes da derrota por 1-2 frente ao Manchester United no fim de semana, por isso aqui vai.
Curiosamente, Isak continua à espera da primeira vitória num jogo da Premier League em que foi titular pelo Liverpool, tendo perdido seis partidas consecutivas entre clube e seleção, sem grande impacto durante esse período.
A ausência de pré-época afetou claramente a sua capacidade de arrancar esta temporada, mas sendo responsabilidade própria, é difícil ter pena. Pelo menos já marcou um golo, inaugurando o marcador na vitória por 2-1 sobre o Southampton.
Avaliação – D