Por muito que tentem, sob o comando de Mikel Arteta, os Gunners não conseguiram ultrapassar a linha de meta na tentativa de conquistar o seu primeiro título de campeão inglês desde a época dos Invencíveis de 2003/04.
Para um clube do nível do Arsenal, isso não é nem de longe suficiente.

Dependendo do tipo de adepto, há aspetos positivos e negativos que podem ser analisados nas últimas temporadas sob a tutela do espanhol.
É evidente que Arteta eliminou os arruaceiros do balneário, tem um plantel que segue na mesma direção e ver o Arsenal agora é, muitas vezes, ver o futebol na sua forma mais pura.
Direção do Arsenal merece crédito
Apesar de não ter conseguido conquistar nenhum troféu nos últimos tempos, o estilo de jogo do Arsenal tem vindo a melhorar, mesmo que seja cada vez mais evidente que a evolução do plantel não é suficiente para satisfazer os adeptos no Emirates Stadium.
Talvez se possa compreender a ira dos adeptos quando se contextualiza com os últimos anos de Arsène Wenger no clube.

A direção do Arsenal não se rende ao poder dos adeptos quando as coisas não vão bem. No entanto, é preciso ter em mente que Wenger ficou no clube por muito mais tempo do que deveria, o que acabou por prejudicar os londrinos e, sem dúvida, prejudicando-os.
Agora é preciso traçar uma linha na areia. Ou se ganha ou se perde. O clube precisa de apoiar o seu treinador com fundos suficientes para que Arteta possa sair e comprar os jogadores que acredita que finalmente trarão para casa o tão esperado troféu - e se não o fizer, então será o momento de mudar.
Gunners precisam de se reforçar em várias posições
Um avançado continua a ser uma prioridade, porque se o Arsenal tivesse tido um avançado "a sério" na época passada, é muito provável que os seus golos fizessem com que a corrida pelo título fosse mais uma corrida a dois do que um passeio para o Liverpool.
Outra área em que se acredita que o clube quer reforçar-se é a dos flancos, razão pela qual Rodrygo, do Real Madrid, continua a ser associado a uma transferência da capital espanhola para a inglesa.

O jogador de 24 anos viu os seus minutos em campo diminuírem durante a época 2024/25, depois de os merengues terem contratado Kylian Mbappé. No entanto, o círculo próximo de Rodrygo tem-se mantido em silêncio quanto à possibilidade de o brasileiro preferir fazer fortuna noutra parte a partir de 2025/26.
Mesmo que as conversações estejam ainda numa fase muito inicial, parece bastante evidente que Rodrygo é um jogador que Arteta aprecia e gostaria de acrescentar ao seu jovem plantel.
Rodrygo não vai substituir Saka
A não ser que Bukayo Saka se lesione, o internacional inglês continua a ser um jogador de eleição para o lado direito, pelo que a contratação de Rodrygo o colocaria em concorrência direta com Leandro Trossard e Gabriel Martinelli no lado esquerdo.
Vale ressaltar que Rodrygo só jogou 78 vezes na lateral esquerda na carreira, mas já marcou 23 golos e fez 16 assistências nessa posição.

No total, desde que se juntou aos gigantes espanhóis em 2019/20, acumulou uns impressionantes 66 golos e 46 assistências em 264 jogos disputados.
Martinelli tem 51 golos e 27 assistências em 225 jogos no mesmo período, enquanto Trossard, que não se juntou aos Gunners até à época 2022/23, acumulou 28 golos e 21 assistências em 124 jogos com o clube.
Como é que Martinelli e Trossard se comparam a Rodrygo?
A precisão de remate de Rodrygo em 24/25 também melhorou e, embora os seus 78,6% neste aspeto também possam não parecer a melhor estatística, compara-se muito favoravelmente com os 62,5% de Martinelli e os 50% de Trossard.
É claro que o Arsenal só quer no seu plantel verdadeiros jogadores de bola, que consigam passar a bola com rapidez e precisão, e não há dúvida de que o brasileiro não tem problemas com os seus passes, que ultrapassaram os 90% de finalização nas duas últimas épocas.

Os 88% de acerto em 25 passes de Martinelli durante a campanha da Taça de Inglaterra de 2024/25 representam a sua melhor exibição desde que, na Taça da Liga de 2023/24, conseguiu completar todos os 18 passes tentados. No entanto, na Premier League, tem tido dificuldades em ultrapassar a marca dos 70 e poucos por cento.
Já os 85% recentes de Trossard - também na Taça de Inglaterra - resultaram de apenas oito passes, pelo que uma leitura mais fiável será a sua média de 80,5% na Premier League.
Ambições de Arteta e da direção ficarão expostas se Rodrygo não assinar
É evidente que nenhum dos dois se compara ao seu contemporâneo neste aspeto. E mais: quando Rodrygo ganha posse de bola, sente-se aquela antecipação no ar, algo que faz os adeptos levantarem-se das cadeiras. Há a expectativa de que algo irá acontecer - algo que nem sempre se verifica quando Martinelli ou Trossard têm a bola.
Se analisarmos os aspetos defensivos para uma perspetiva mais completa, Rodrygo venceu 102 dos 169 desarmes que tentou, somou ainda 102 interceções e recuperou a posse em 557 ocasiões distintas.

O compatriota Martinelli apresenta números impressionantes: venceu 119 dos 197 desarmes que tentou, fez 61 interceções e recuperou a posse de bola em 578 ocasiões. Já o internacional belga Trossard venceu apenas 48 desarmes em 85 tentativas, registou apenas 32 interceções e recuperou a bola 289 vezes.
Analisando os dados, neste momento, a única pergunta lógica que Mikel Arteta e a direcção do Arsenal deviam estar a fazer é: por que razão não haveriam de contratar Rodrygo?
Um valor de transferência apontado na ordem dos 80 milhões de euros e um salário anual de 8,4 milhões significam que não será uma aquisição barata, mas se o clube recuar perante os encargos financeiros do negócio, isso dirá certamente mais sobre as suas verdadeiras ambições do que qualquer outra coisa.
