11 golos e três assistências na sua segunda época na primeira divisão neerlandesa contrastam com a sua primeira época (2021/22), em que marcou apenas um golo e fez uma assistência em 16 jogos.
O diretor técnico dos Hammers na altura, Tim Steidten, viu claramente no jogador algo que, na sua opinião, complementaria o que os londrinos já tinham em mãos e, juntamente com Edson Alvarez, Kudus rumou ao Estádio de Londres.
O seu impacto foi relativamente imediato graças à sua capacidade de manter a bola e à sua força física e, no final da campanha de 2023/24, tinha conseguido uns razoáveis oito golos e seis assistências numa Premier League que é notoriamente difícil.
Kudus entrou em ebulição
Nos últimos 12 meses, no entanto, Kudus entrou em ebulição. Apenas cinco golos e três assistências em 32 jogos (2.601 minutos é o máximo que já jogou em qualquer época) foram o resumo da sua campanha.
Se antes Kudus passava pelas defesas e marcava golos de grande qualidade, em 2024/25 parece carregar um fardo enorme.
De facto, a sua prestação tem sido tão fraca em alguns jogos que os Hammers estão mesmo a pensar em vender o jogador, embora a sua avaliação de 85 milhões de euros seja, no mínimo, um pouco elevada.
Uma eficácia de passe que nunca desceu abaixo dos 84,5% durante a sua passagem por East London, e que até melhorou nos últimos 12 meses, evidencia uma excelência no jogo associativo com os colegas.
Kudus também recuperou a posse de bola em incríveis 376 ocasiões nas duas temporadas em que esteve no Estádio de Londres.
Uma taxa de sucesso de 60,5% em desarmes em 2024/2025 é outro sinal do lado mais físico do seu jogo, que claramente gosta tanto quanto ser mais ágil quando necessário.
Precisão de remate tem de ser melhorada
No entanto, se há uma área que precisa de ser melhorada, é a do remate.
Uma precisão de remate de 47,8% na época passada é decente sem ser excelente, mas uma taxa de conversão de remates de apenas 6,7% é abominável para um jogador da sua qualidade.
Não se sabe se há uma falta de confiança nessa parte do seu jogo - já que é a pior leitura da sua carreira até à data -, mas talvez seja a fraqueza nessa área que tem forçado a hierarquia dos Hammers a considerar a possibilidade de aceitar ofertas por um jogador que, ainda há dois anos, parecia destinado à grandeza.
O jogador ainda não passou de herói a zero entre os adeptos do Estádio de Londres, mas já não é o herói das bancadas da mesma forma que era quando seduziu o exército azul e branco na sua época de estreia no clube.
O dinheiro ganho com a sua venda também seria muito útil para uma equipa do West Ham que está a atravessar mais um período de transição.
Chelsea oferece cinco jogadores aos Hammers
O presidente do Hammers, David Sullivan, nunca seria persuadido a contratar jogadores como Kiernan Dewsbury-Hall, Robert Sanchez, Carney Chukwuemeka, Tosin Adarabioyo ou Trevoh Chalobah.
Com exceção deste último, nenhum dos restantes atingiu o auge sob o comando de Enzo Maresca e, mesmo tendo em conta o conhecimento que Graham Potter tem do plantel do Chelsea, um negócio por qualquer um dos mencionados não parece fazer muito sentido.
Os Hammers parecem estar perfeitamente satisfeitos com a sua situação neste momento. Se Chukwuemeka e Adarabioyo são excedentários em Stamford Bridge, porque é que a hierarquia do Chelsea acredita que esses jogadores seriam suficientemente bons para os seus rivais londrinos?
Além disso, onde é que Kudus se encaixaria no Chelsea, tendo em conta a quantidade de extremos que o clube já tem no plantel?
Troca de Sancho não é possível
A transferência de Jadon Sancho do Manchester United também chegou a ser cogitada, mas a hierarquia do clube não estava muito convencida de que o jogador, que passou a última temporada emprestado ao Chelsea, encaixaria melhor no sistema de Graham Potter, razão pela qual as negociações fracassaram.
É evidente que, mesmo que o West Ham consiga chegar perto do preço pedido, Kudus terá de se esforçar e provar o seu valor, talvez na primeira parte da época, e depois esperar ser vendido a quem fizer a melhor oferta em janeiro - a menos que os clubes estejam dispostos a correr um risco calculado na segunda janela de transferências do verão.
É claro que não é benéfico para ninguém ter um jogador insatisfeito no plantel, que pode tornar-se um problema no balneário. É melhor que o jogador se afaste o mais rápido possível, para que a situação seja limpa e possa começar de novo.
O ganês ainda é jovem o suficiente para se tornar um jogador de destaque, mas os números precisam de ser melhorados, seja no West Ham, no Chelsea ou em qualquer outro lugar. A carreira do jogador já está numa encruzilhada.
