O jogador de 29 anos foi, durante muito tempo, o primeiro nome na ficha de jogo de Guardiola, mas agora tem dificuldade em sair do departamento médico. Desde o início da época 2024/2025, Rodri só conseguiu alinhar em 15 jogos em todas as competições, tendo completado os 90 minutos apenas por duas vezes desde que regressou da lesão no ligamento cruzado anterior.
A lesão da época passada coincidiu com a mais notória quebra de forma da carreira de Guardiola como treinador, mas, após alguns meses complicados, a equipa conseguiu adaptar-se e ainda terminou em 3.º lugar, quando parecia que nem sequer iria garantir a qualificação para a Liga dos Campeões.
Agora, Rodri prepara-se para mais um período afastado dos relvados, depois de ter contraído uma lesão no joelho na vitória por 1-0 na Premier League frente ao Brentford, no domingo (5 de outubro). Fica então a dúvida: o que se segue para o City e para o seu espanhol, vencedor da Bola de Ouro?
Quão graves são, afinal, os problemas físicos de Rodri?
São bastante preocupantes. Já referimos que só participou em 15 jogos desde que sofreu a rotura do ligamento cruzado anterior, o que significa que esteve ausente durante um total de 256 dias e falhou 55 partidas pelo clube e pela seleção desde então.

Muitos jogadores já regressaram de lesões semelhantes, mas o maior receio no caso de Rodri é que continua a ter problemas no mesmo joelho. Após a vitória sobre o Brentford, Guardiola mostrou-se determinado ao abordar a situação.
“Eu tinha razão, não? Perguntaram-me porque é que não o deixo jogar sempre os 90 minutos. Os jornalistas estão sempre a questionar porque o substituo. É por isto que tentámos ser cautelosos e dar-lhe apenas 60-65 minutos", afirmou.
Guardiola acrescentou, quando questionado sobre a natureza do mais recente contratempo de Rodri: "É muscular. Claro que não quero perdê-lo (de todo), porque é um jogador fundamental. Tentámos protegê-lo, mas é o que é.”
O próprio jogador disse à Sky Sports, quando questionado sobre o motivo que o levou a sair e quando poderá regressar: “Estou bem. Senti um ligeiro desconforto no posterior da coxa, mas parece que não é nada de grave. O mais importante foi a vitória. Estiquei um pouco a perna, tal como na final do Europeu. Estiquei um pouco, mas faz parte do processo."
“Não sinto cansaço muscular, sinto-me fresco e o mais importante é que não é nada de especial. Faz parte do processo. O bom disto é que saí a tempo, não deixei o músculo esticar demasiado. O lado positivo é a pausa, por isso será ainda melhor para recuperar nestes dias e espero poder estar disponível para o próximo jogo", acrescentou o médio.
Naturalmente, Rodri desvaloriza a gravidade do problema, e resta saber se estará apto para o próximo encontro após a pausa internacional, frente ao Everton, mas talvez um período de descanso mais prolongado fosse sensato.
Como joga Pep Guardiola sem Rodri?
Sem Rodri para desempenhar todas as funções de um dos melhores médios defensivos da história da Premier League, Guardiola recorre a um coletivo de jogadores a atuar na mesma zona, por vezes utilizando três médios e dois extremos para compensar a ausência do pêndulo defensivo.
Na época passada, Mateo Kovacic e Ilkay Gundogan foram os encarregados de reforçar o meio-campo na sua ausência, enquanto John Stones, quando disponível, subia da defesa central para jogar entre linhas.
A verdade é que o Rodri que conhecemos hoje não era o mesmo jogador quando chegou do Atlético de Madrid em 2019, e o próprio Guardiola já admitiu que qualquer jogador precisa de tempo para se adaptar a este papel, tal como aconteceu com Rodri.
City tem alguém capaz de substituir Rodri?
Nico González foi contratado ao FC Porto em janeiro, para ajudar a colmatar a ausência de Rodri após a lesão no ligamento cruzado. O compatriota espanhol é um jogador de qualidade, mas ainda não conseguiu afirmar-se verdadeiramente no ritmo intenso da Premier League.
Nico González entrou para substituir Rodri na vitória sobre o Brentford e realizou uma das suas melhores exibições com a camisola do City, terminando o jogo com 51 passes completados, vencendo 71% dos duelos e efetuando quatro passes para o último terço, mostrando que é capaz de desempenhar o ‘papel de Rodri’.
Muitos esperavam que Tijjani Reijnders fosse o escolhido para assumir o lugar de Rodri, mas, na verdade, o neerlandês acabou por se tornar mais um substituto de Kevin de Bruyne, atuando mais adiantado no terreno como um híbrido, entre número 8 e 10.
Resumindo, Nico González é atualmente a melhor opção, mas ainda está longe de ter o impacto de um Rodri no auge, embora poucos jogadores no mundo consigam igualar esse nível.
Veredito
É triste dizê-lo, mas o Manchester City tem de começar a preparar-se para um futuro sem Rodri. O contrato termina no verão de 2027 e, se os problemas físicos não melhorarem, oferecer-lhe uma renovação aos 31 anos pode não fazer grande sentido.
Segundo o Express Sport, o Real Madrid voltou a demonstrar interesse em Rodri, pelo que talvez seja altura de aproveitar enquanto ainda tem valor de mercado e adaptar-se taticamente seja a melhor solução para Guardiola.