Recorde as incidências do encontro
O Arsenal estava invicto há seis jogos frente ao seu maior rival, com um saldo de 13 golos marcados e seis concedidos, e nos jogos em casa durante 2025/26, os Gunners tinham vencido quatro e empatado um dos cinco encontros.
Cinco alterações no Tottenham
Os Spurs fizeram cinco alterações em relação à equipa que defrontou o Manchester United, o maior número antes de um dérbi do Norte de Londres desde 2017, com Destiny Udogie, Kevin Danso, Rodrigo Bentancur, Mohammed Kudus e Wilson Odobert todos a entrarem de início.
Piero Hincapie foi a única alteração que Mikel Arteta fez no onze inicial, tornando-se o primeiro jogador do Arsenal a estrear-se como titular na Premier League num jogo frente ao Tottenham desde Mohamed Elneny em março de 2016.
O padrão do jogo ficou definido logo nos primeiros 10 minutos, altura em que os anfitriões já tinham somado três remates, enquanto Odobert e Richarlison ainda nem tinham tocado na bola pelos visitantes.
William Saliba completou 34 dos 36 passes tentados nos minutos iniciais, enquanto Udogie, do lado oposto, já tinha sido obrigado a realizar quatro desarmes – mais do que qualquer outro em campo – na primeira meia hora.
Fragilidades expostas
Mais dois remates do Arsenal evidenciaram o domínio total da equipa, pelo que não surpreendeu quando Leandro Trossard inaugurou o marcador após um passe magnífico de Mikel Merino – um dos 26 passes tentados pelo espanhol durante o encontro.
O momento do golo de Trossard voltou a expor a fragilidade dos Spurs em conceder golos nos 15 minutos antes do intervalo. Nenhum outro clube da Premier League concedeu mais do que os seis golos dos Lilywhites nesse período em jogos da época 25/26.

Os adeptos visitantes teriam razões para pensar que o jogo estava perdido, tendo em conta que o Tottenham não venceu nenhum dos últimos 19 jogos em que concedeu o primeiro golo.
Para além disso, os visitantes não mostravam qualquer capacidade ofensiva. A cinco minutos do intervalo, ainda não tinham conseguido um único remate, nem enquadrado nem desenquadrado, e até o habitualmente criativo e dinâmico Kudus estava discreto para os seus padrões.
Exibição desastrosa dos Spurs
Foi, de facto, uma exibição desastrosa, deixando os Spurs como a única equipa da Premier League esta época que não conseguiu rematar em duas primeiras partes distintas (também frente ao Bournemouth em agosto); o mesmo número que nos 205 jogos anteriores na competição somados.
Um dos dados mais preocupantes para a equipa, e que deve alarmar Thomas Frank, é que no final do jogo só conseguiram quatro toques na área do Arsenal; dois de Kevin Danso e dois de Xavi Simons.

Não foram adversário à altura dos Gunners, que aumentaram a vantagem antes do intervalo graças a Eberechi Eze.
O antigo jogador do Crystal Palace marcou o seu quarto golo em oito jogos frente aos Spurs, tornando-se o primeiro inglês a marcar no seu primeiro dérbi do Norte de Londres na liga pelo Arsenal desde Ian Wright e Kevin Campbell em dezembro de 1991.
Esperança após golaço de Richarlison
Qualquer esperança de Frank numa reviravolta foi rapidamente anulada logo no primeiro minuto da segunda parte, quando Eze bisou e fez o terceiro do Arsenal. O seu último bis tinha sido em maio, ainda ao serviço do Palace... e também frente ao Tottenham.
Os anfitriões continuaram a pressionar os Spurs, com Declan Rice a destacar-se ao impedir qualquer iniciativa ofensiva dos visitantes. Os seus quatro desarmes só foram superados por Merino nesse dia.
Do nada, um remate de longe de Richarlison – o primeiro remate do Tottenham no jogo – resultou em golo aos 54 minutos e deu alguma esperança à equipa.
Marcado a 32.5 metros da baliza, foi o golo mais distante da Premier League esta época, e o segundo mais distante num dérbi do Norte de Londres desde 2006/07, apenas atrás do golo de David Bentley em outubro de 2008 (32.6 metros).
Eze faz história no dérbi do Norte de Londres
O brasileiro ainda tentou manter a defesa do Arsenal em alerta, disputando 12 duelos individuais; no entanto, venceu apenas três, o que resume bem a tarde dele e da equipa.
O Arsenal voltou a assumir o controlo e já tinha somado 15 remates antes de Eze fechar o jogo com o seu terceiro golo; foi a primeira vez desde Alan Sunderland, em dezembro de 1978, que alguém marcou um hat-trick neste confronto, e apenas a quarta vez na história, depois de Ted Drake (outubro de 1934) e Terry Dyson (agosto de 1961).
Este foi o 400.º hat-trick da história da Premier League, e Eze tornou-se o 23.º jogador a conseguir um pelo Arsenal, sendo o clube com mais marcadores diferentes de hat-trick na competição.
O triunfo dá ao Arsenal uma vantagem de seis pontos no topo da tabela e garante que o Liverpool continua a ser a única equipa que ainda não sofreu golos frente aos Gunners esta época.

