O Arsenal tinha uma série invicta na Premier League contra o Manchester City, que remontava a abril de 2023, para proteger quando as duas equipas entraram no relvado do Emirates Stadium, no domingo.
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O público da casa estava, portanto, expectante, e uma vitória dos Gunners teria cimentado a sua posição logo atrás do líder Liverpool no topo da tabela.
Para Pep Guardiola, o terceiro triunfo da temporada faria o Manchester City subir para o quinto lugar, empatado em pontos com Tottenham e Bournemouth, terceiro e quarto classificados, respetivamente.
Haaland calou o Emirates
William Saliba tinha regressado à equipa titular dos anfitriões, o que aumentava as suas hipóteses, uma vez que desde a sua estreia na Premier League, em agosto de 2022, os Gunners tinham vencido 68% dos jogos em que foi titular (70/103), contra apenas 47% sem ele (7/15).
No entanto, qualquer plano de jogo de Mikel Arteta não contava certamente com a capacidade de Erling Haaland para ultrapassar uma defesa estática do Arsenal e rematar para o fundo da baliza com desenvoltura, logo aos nove minutos, com o primeiro remate à baliza do jogo.
O quinto golo do norueguês em apenas sete jogos contra os Gunners foi também o seu sexto na temporada 2025/26 e o terceiro jogo consecutivo em que marcou - a sua série mais longa na Premier League desde há um ano.
Coincidentemente, foi o golo mais cedo sofrido pelo Arsenal na primeira divisão desde setembro de 2024... quando Erling Haaland marcou aos nove minutos.
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Arsenal dominou a posse de bola
Com o City a manter-se invicto nos seus últimos 31 jogos na Premier League, quando abre o marcador nos primeiros 10 minutos (28 vitórias e 3 empates), ganhar o jogo parecia ser uma tarefa difícil para os anfitriões, mesmo naquela fase inicial.
Os Gunners, pelo menos, começaram a dominar a posse de bola com 68,3% de posse de bola após meia hora de jogo. Os quatro desarmes de Jurrien Timber- o maior de qualquer jogador em campo naquele momento - também mostraram uma intensidade que o City estava a ter dificuldade em suportar.
Ainda demorariam 32 minutos a fazer um remate à baliza, sendo a primeira vez desde abril de 2021 (contra o Liverpool) que passavam a marca da meia hora num jogo da Premier League sem tentar um remate.
A equipa não tinha qualquer poder ofensivo e não incomodou Gianluigi Donnarumma na baliza do City. Ao intervalo, continuavam a perder, e não tinham conseguido vencer nenhum dos 12 jogos anteriores da Premier League em que estiveram a perder ao intervalo (6 empates e 6 derrotas).
City recuou
Na segunda parte, o Arsenal entrou em campo com a corda entre os dentes e obrigou o City a adotar uma postura mais defensiva.
Isso foi demonstrado pelos seis remates à baliza nos dez minutos que se seguiram ao intervalo e pelo controlo efetivo da posse e da manipulação da bola.
Na verdade, o City teve uma média de apenas 32% de posse de bola na primeira hora do jogo - a média mais baixa de posse de bola para uma equipa de Pep Guardiola num jogo da primeira divisão desde que defrontou o Arsenal no Emirates em fevereiro de 2023 (36,5%).
Para se ter uma ideia, os anfitriões invadiram sistematicamente a área do City, com 39 toques na sua área, contra apenas sete dos visitantes.
Sem serviço para Gyokeres
Os 14 passes de Declan Rice - seis a mais do que qualquer outro jogador de ambas as equipas - abriram o campo para os seus colegas entrarem no espaço criado, com os sete toques de Riccardo Calafiori na área do City a serem muitas vezes resultado direto da precisão de Rice e da qualidade da movimentação dos seus companheiros.
Apesar dos avanços, os Gunners ainda não tinham conseguido envolver o astro Viktor Gyokeres . A 15 minutos do fim do jogo, 10 remates de sete jogadores diferentes não tinham saído das botas do internacional sueco, ex-Sporting.
Para um jogador que vive do serviço, simplesmente não havia nenhum, e a frustração de Arteta era clara. No entanto, o seu oponente seria multado por desrespeito.
Martinelli voltou a incomodar o City
Gabriel Martinelli tinha marcado um golo (um) ou feito uma assistência (duas) em três dos seus últimos quatro jogos na Premier League contra o Manchester City, e o brasileiro voltou a ter uma palavra a dizer nos descontos.
Com Donnarumma em posição adiantada, Martinelli dominou uma bola de Eberechi Eze, que passou por cima de uma defesa do City que se mantinha firme, e depois conseguiu passar por cima do guarda-redes para salvar um ponto.
O quarto golo envolvendo Eze (dois golos e duas assistências) nos seus últimos quatro jogos em casa na Premier League foi também a sua 25.ª assistência na primeira divisão e um lembrete subtil do seu talento.
Martinelli, por sua vez, já esteve diretamente envolvido em quatro golos contra o City de Guardiola (dois golos e duas assistências) - mais do que qualquer outro jogador do Arsenal desde 2016/17 (primeira temporada de Pep).
Doku delicioso
Embora o City esteja certamente descontente com a perda de dois pontos tão tarde no jogo, uma menção especial deve ser feita a Jeremy Doku, que fez tudo menos marcar.
A sua atuação foi muito ativa: completou cinco de sete dribles, ganhou 13 dos seus duelos individuais, recuperou a posse de bola em cinco ocasiões, fez 16 dos seus 19 passes e tocou mais vezes na área do Arsenal do que qualquer um dos seus colegas.
O empate não é bom para nenhuma das duas equipas, que vão querer corrigir a situação contra Burnley e Newcastle, respetivamente, nos próximos jogos.
