Os Hammers têm vindo a piorar, e nem mesmo a mudança de treinador, com a saída de Graham Potter, trouxe a habitual “chicotada psicológica” que tantas vezes se sente no banco.
Arranque difícil de Nuno Espírito Santo no West Ham
Até ao momento, Nuno Espíito Santo orientou 13 jogos com os londrinos, tendo vencido apenas dois, empatado quatro e perdido sete.
Nesses 13 encontros, a equipa marcou apenas 14 golos e concedeu 23, o que evidencia problemas em ambas as áreas.
Uma percentagem de vitórias de apenas 15,4% é inferior à de Potter e Julen Lopetegui, embora Nuno Espírito Santo tenha, até agora, menos 10 jogos realizados, pelo que ainda há margem para melhorar.
Com a janela de transferências de janeiro prestes a abrir, surge uma oportunidade para Nuno Espírito Santo, desde que o presidente David Sullivan esteja disposto a aceder aos pedidos do seu treinador.
Paquetá tem mais cartões amarelos do que golos
Pode não ser apenas no capítulo das entradas que o técnico português espera fechar negócios antes de fevereiro.
Diversas notícias apontam que Nuno Espírito Santo está bastante descontente com a falta de empenho de um dos jogadores mais experientes do plantel, Lucas Paquetá.
O brasileiro soma mais cartões amarelos (sete) do que golos (três) nos seus 18 jogos na Premier League em 25/26, sendo que a grande maioria dessas partidas foi sob o comando do português.
Enquanto jogador a quem se pede criatividade, Paquetá tem estado muito aquém das expectativas.
Apenas cinco grandes oportunidades criadas esta época e 23 toques na área adversária em 18 jogos — pouco mais de um por partida — mostram que, para quem ambiciona ser o pilar do Brasil no Mundial-2026, está muito longe do exigido.
De facto, a irritação de Nuno Espírito Santo é perfeitamente compreensível quando se observa quem está a ser mais decisivo na equipa.
Valor de mercado longe dos 97 milhões de euros pagos
Paquetá tem, sem dúvida, a técnica refinada que o torna apelativo no mercado de transferências, mas a sua atitude deixa muito a desejar, o que pode afastar potenciais interessados.
Uma transferência em que o West Ham sairá claramente a perder, já que o jogador está longe de valer os 97 milhões de euros que os londrinos esperavam que o Manchester City pagasse pelos seus serviços em 2023.
É também discutível se o jogador conseguiria forçar uma saída para um “grande” clube, tendo em conta a sua falta de compromisso com a situação delicada dos Irons.
Dos 33 cruzamentos que tentou, apenas sete chegaram ao destino, e a percentagem é ainda pior se considerarmos apenas cruzamentos de bola corrida, já que só três em 18 foram bem-sucedidos.
Percentagem de passe razoável
A precisão de passe de 77,8% de Paquetá, numa equipa do West Ham em clara má forma, até pode ser considerada aceitável, mas tendo em conta que o brasileiro é visto como um dos próximos a carregar a bandeira do Joga Bonito e a quem se pede que lidere a equipa nos momentos difíceis, seria de esperar uma taxa de sucesso ainda mais elevada.
Se olharmos para os passes que terminam no último terço, a percentagem desce para 65,4%, o que evidencia ainda mais o problema.

Infelizmente para Paquetá, nem sequer consegue redimir-se com dados positivos no trabalho defensivo.
Apesar de não ser essa a sua principal função, é algo que se exige neste momento, e apenas oito interceções em 18 jogos na Premier League dizem muito.
Próximos jogos são decisivos para os Hammers
Recuperou a posse de bola em 71 ocasiões e teve sucesso em 21 dos 34 desarmes tentados, o que mostra que, por vezes, até consegue ser agressivo no jogo.
O seu registo disciplinar indica, no entanto, que ainda há muito a melhorar neste aspeto, e envolver-se verdadeiramente numa luta pela manutenção, quando a equipa está encostada às cordas, não parece ser o seu ponto forte.
Os próximos jogos são cruciais para o clube, já que vai defrontar o Nottingham Forest, que está cinco pontos acima, o Brighton e o último classificado Wolverhampton, antes do duelo da Taça de Inglaterra frente ao QPR, no início de janeiro.
Se os resultados forem favoráveis, a situação pode melhorar bastante até lá.
Se não, Nuno Espírito Santo pode começar a sentir a pressão, mas se continuar no cargo, vender Paquetá mesmo por metade do que o clube esperava receber em 2023 permitiria, pelo menos, reforçar posições-chave.
Parece ser a decisão mais sensata nesta fase, e diz mais sobre o jogador do que qualquer habilidade técnica que possa exibir.

