Num jogo muito cauteloso no Emirates, o Arsenal conseguiu vencer o Manchester City com um golo de Gabriel Martinelli no final da partida - um rematedesviado da entrada da área.
Neste resumo tático, vamos discutir o que as duas equipas fizeram para anular a outra e por que o jogo se desenrolou da maneira que se desenrolou.
A forma defensiva estreita do Arsenal e a mudança na tática de construção
O Arsenal procurou defender de forma estreita, trazendo os extremos (Gabriel Jesus e Leandro Trossard) para dentro para bloquear os passes centrais para os avançados do Manchester City. Isto criou um 4-5-1 estreito com a posse de bola, com o objetivo principal de forçar o City a entrar em grandes áreas.

Os Gunners procuravam sobrecarregar as zonas centrais e dificultar as trocas rápidas do City nas zonas centrais - queriam que o campeão inglês jogasse a bola em zonas amplas onde o Arsenal pudesse usar a linha lateral como defesa extra e empurrar os visitantes para zonas menos perigosas para depois os pressionar.
Este era o plano de Mikel Arteta para encurralar o City, definindo padrões de pressão para que eles fossem para áreas amplas, onde o Arsenal poderia então pressioná-los para recuperar a bola sem se deixar aberto nas áreas centrais. Foi uma abordagem cautelosa para manter as coisas apertadas, enquanto recuperava a bola e criava contra-ataques quando possível.
Outra mudança tática que o Arsenal fez foi a decisão de construir uma estrutura de 4-2, mantendo os seus laterais largos e tendo um meio-campo de duplo pivô, em oposição à sua estrutura habitual de 3-2 na construção com Oleksandr Zinchenko como lateral invertido.

Mais uma vez, isto ficou a dever-se à abordagem cautelosa do Arsenal para este jogo e à gestão do risco. Na saída do 3-2, Zinchenko inverte a posição e, por conseguinte, deixa a sua área esquerda sem vigilância. Isto significa que, quando a bola é entregue, há uma grande lacuna na faixa canhota para atacar, o que deixa o Arsenal em modo de confusão defensiva.
Ao construir um 4-2, significa que os jogadores estão a ocupar as suas posições naturais no campo e, se a bola for virada, já estão na sua posição defensiva, dando mais estabilidade para defender em transição.
O foco central do Manchester City e o forçar de bolas longas
Apesar do espaço que o Arsenal estava a dar ao City em zonas amplas, a equipa de Pep Guardiola parecia determinada a jogar de forma estreita e centralizada, com jogadores como Phil Foden e Julian Alvarez a jogarem muito perto de Erling Haaland.

O City queria jogar através de zonas centrais, utilizando Bernardo Silva, Rico Lewis e Mateo Kovacic para tentar fazer progredir a bola para o trio de Phil Foden, Erling Haaland e Julian Alvarez. No entanto, esta estratégia não estava a funcionar e a principal ameaça ofensiva do City passou a ser Josko Gvardiol, que se sobrepunha no lado esquerdo.
Isto criou algumas oportunidades, mas como Gvardiol é um defesa central que joga na lateral esquerda no sistema de Pep, a sua finalização não foi a melhor nessas ocasiões. Ainda assim, o City continuou a jogar desta forma e só aos 70 minutos fez entrar um extremo direto, Jeremy Doku.
A equipa visitante procurava mesmo pressionar alto, com Lewis e Kovacic a ultrapassarem Bernardo Silva para bloquearem o duplo pivô de Declan Rice e Jorginho.

Lewis e Kovacic pressionaram muito alto, impedindo os dois pivôs de receberem a bola e girarem no meio-campo. Em vez disso, o City procurou forçar o Arsenal a ir para longe e ganhar os duelos dessa forma para recuperar a posse de bola. Esta estratégia defensiva funcionou bem durante todo o jogo, mas uma bola longa que não conseguiram ganhar no final anulou todo o trabalho defensivo, quando Havertz derrubou a bola para Martinelli rematar para golo.
Conclusão
Em suma, ambas as equipas se prepararam com abordagens estreitas e cautelosas para contrariar a outra. Ao longo do jogo, as duas equipas tiveram dificuldades nas jogadas de ataque e mantiveram as suas estratégias defensivas para dificultar a vida à outra.
O jogo foi decidido por um momento, que irá beneficiar enormemente o Arsenal no futuro, mostrando a sua capacidade de vencer um jogo que parecia estar a desaparecer, a marca dos verdadeiros vencedores do título.