O novo edifício do Liverpool, construído com base em transferências de alto nível, está a ruir e é urgente preencher os buracos para o treinador Arne Slot, que enfrenta o seu primeiro revés desportivo antes do confronto da sua equipa com o Chelsea, em Londres, este sábado.
Siga as incidências do encontro
O sucessor do popular Jürgen Klopp venceu a Premier League na sua primeira época (2024/2025) e começou a segunda com sete vitórias em sete jogos em todas as competições.
Mas o registo impecável no início da época escondeu alguns sucessos apertados, complicados e raramente controlados. As derrotas frente ao Crystal Palace (2-1) e ao Galatasaray (1-0) revelaram uma febre persistente.
"Neste momento, é uma confusão. Não são as derrotas, é o que está a acontecer desde o primeiro dia", disse Jamie Carragher, antigo defesa do Liverpool, à CBS Sports, após o revés na Turquia.
A antiga glória de Anfield, tal como outros comentadores, atribuiu os fracassos das primeiras semanas à falta de integração das numerosas contratações do verão, um ano depois de um mercado limitado a uma única chegada (Federico Chiesa).
Wirtz na mira
O campeão inglês, de luto pela morte de Diogo Jota no início de julho, trouxe três avançados a um preço elevado (Isak, Ekitiké, Wirtz) e dois laterais (Kerkez, Frimpong), entre outros.
"Eles não ganharam nada ofensivamente, mas perderam muito defensivamente", resumiu Carragher, que foi particularmente duro com Florian Wirtz. "É um jovem que está a descobrir um novo campeonato", reconhece, mas "não está ao nível" e "acho que tem de sair da equipa".
O problema não é a sua transferência de nove dígitos, "nem o jogador e as suas qualidades", disse o antigo inglês Wayne Rooney no seu podcast, mas sim "o seu lugar" na equipa. "Será que é um terceiro médio? Para mim não, ele é mais um jogador de ataque. E se tiver de escolher entre ele e o (Dominik) Szoboszlai, escolho o Szoboszlai".

Na Turquia, Slot surpreendeu toda a gente ao colocar o médio húngaro a lateral-direito, no lugar habitualmente ocupado por Jeremie Frimpong ou Conor Bradley, enquanto Wirtz ocupava o flanco direito do ataque, o lugar de Mohamed Salah (suplente).
A defesa do Liverpool também está a mostrar sinais de fraqueza, particularmente no centro, onde joga Ibrahima Konaté. Slot tem opções limitadas para o substituir após a grave lesão do jovem Giovanni Leoni.
E o guarda-redes Alisson Becker, que evitou um desastre maior frente ao Crystal Palace, vai falhar o jogo com o Chelsea depois de se ter lesionado em Istambul. Na frente, Ekitiké e Chiesa estão em dúvida.
Chelsea em dificuldades
Em conjunto, as falhas táticas e os problemas físicos traçam um quadro sombrio da realidade do Liverpool. Afinal, o clube de Merseyside continua na liderança antes da 7.ª jornada, com dois pontos de vantagem sobre o Arsenal e três sobre o Palace.
E o capitão Virgil van Dijk apelou à calma e à união antes da viagem a Stamford Bridge. "Temos de continuar a trabalhar e mantermo-nos unidos. Começámos bem o ano em termos de pontos. Não podemos entrar em pânico, mas temos de progredir".
Enzo Fernández, o dono da braçadeira do Chelsea, também poderia ter dito esta última frase depois de um mês de setembro sombrio, sem vitórias no campeonato (duas derrotas e um empate).

Os Blues também têm problemas, ainda piores do que os do Liverpool. Este fim de semana, os Blues não vão poder contar com Wesley Fofana, Andrey Santos, Cole Palmer e Liam Delap por lesão.
O defesa Trevoh Chalobah também está suspenso. Foi expulso na derrota por 3-1 frente ao Brighton, uma semana depois do cartão vermelho do guarda-redes Robert Sánchez no jogo com o Manchester United (derrota por 2-1).
"Não temos dúvidas, pouco a pouco vamos chegar onde queremos", prometeu o treinador Enzo Maresca na sexta-feira. O Chelsea está em oitavo lugar na tabela, a sete pontos do Liverpool.