Associação de Futebolistas Profissionais alerta para o desastre das novas regras em Inglaterra

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Associação de Futebolistas Profissionais alerta para o desastre das novas regras em Inglaterra

Varane foi um dos primeiros jogadores a criticar as novas regras
Varane foi um dos primeiros jogadores a criticar as novas regrasReuters
As novas regras do futebol inglês, para evitar o desperdício de tempo, são insustentáveis e o aumento do tempo adicional nos jogos pode ser um caminho para o desastre no bem-estar dos jogadores, afirmou o diretor da Associação de Futebolistas Profissionais (PFA).

De acordo com as novas regras, os árbitros adicionarão o tempo exato perdido nos festejos de golos, substituições ou lesões ao tempo de paragem, enquanto nas épocas anteriores a política consistia em adicionar um período de tempo nominal.

Na segunda parte da vitória do Arsenal sobre o Manchester City na Community Shield, no passado fim de semana, houve oito minutos de compensação, enquanto vários jogos do Championship tiveram 10 ou mais minutos.

O defesa do Manchester United, Raphael Varane (30 anos), criticou as autoridades, afirmando esta semana que a medida aumentava a carga de trabalho dos jogadores num calendário já preenchido, e o presidente da PFA, Maheta Molango, fez eco do francês.

"O que (Varane) está a dizer é: 'Isto não é sustentável'. E é apenas o início do problema, porque no próximo ano, quando abrirmos o novo ciclo, vai ser uma loucura total. Estamos a caminhar como sonâmbulos para um desastre", disse Molango à BBC.

"Estamos a chegar a uma fase em que não se trata de lhes dizermos para agirem. Eles é que querem agir por si próprios. Por isso, o que estamos a dizer às autoridades é que estão a levar isto ao extremo. Não vai ser uma questão de o sindicato dizer: 'Façam isto ou aquilo'. São os próprios jogadores que nos estão a dizer: 'Vamos fazer alguma coisa'... Não é controlável e, se não fizermos nada, vamos ter problemas", alertou.

Varane retirou-se da seleção em fevereiro, terminando uma carreira de 10 anos com a França, na qual venceu o Mundial em 2018 e foi vice-campeão quatro anos depois.

"Isto nunca teria acontecido há 20 anos. Alguém que teria sido o próximo capitão da seleção francesa diz: 'Não vou jogar'. Se Varane fizer isso, outras pessoas seguirão o exemplo", explicou Molango.

O presidente da PFA disse ainda que o calendário preenchido e os jogos longos também vão afetar mentalmente os jogadores.

"As pessoas dizem: 'Vamos falar dos comprimidos para dormir que os jogadores tomam', mas isto é o resultado disso. Se eu jogar uma partida internacional na quinta-feira na Bolívia e depois jogar em Birmingham no sábado, como é que eu faço isso? Preciso de viajar durante 24 horas, dormir um pouco e jogar no sábado", explicou.