Recorde as incidências da partida
O clube dificilmente recordará 2024/25 com carinho, depois de uma campanha desastrosa. No entanto, até agora, o “hard reset” promovido neste defeso ainda não produziu os resultados esperados.
A vitória na estreia frente ao lanterna Wolverhampton mostrou todo o poder ofensivo dos Cityzens, mas as derrotas frente ao Tottenham Hotspur e ao Brighton & Hove Albion rapidamente apagaram qualquer otimismo inicial.
Déjà vu para Pep e o Man City
O que talvez seja mais preocupante para Pep Guardiola é o facto de o Manchester City ter estado em vantagem no AMEX Stadium, graças a um remate certeiro de Erling Haaland, mas não ter conseguido segurar o resultado.
Foi a primeira vez desde 9 de novembro de 2024, curiosamente também contra o Brighton, que o City perdeu um jogo depois de liderar ao intervalo. Por outro lado, os Seagulls conseguiram uma vitória rara: foi a primeira vez desde 25 de maio de 2025, frente ao Tottenham, que a equipa venceu um jogo da Premier League depois de estar em desvantagem ao intervalo.
Apesar da derrota, Pep não pode apontar o dedo à entrega de alguns dos seus jogadores. Rodri tentou 100 passes (em 108 toques de bola), enquanto Haaland rematou sete vezes, ambos os melhores registos da época e bem acima de qualquer outro jogador em campo.
O norueguês cumpriu a sua 100.ª aparição na Premier League, tornando-se o 1.201.º jogador a alcançar essa marca. Nesse período, porém, já se destaca de forma isolada: 88 golos e a contar.
Por outro lado, foi o primeiro jogo do espanhol desde setembro de 2024, frente ao Arsenal, e acabou por marcar o fim da sua invencibilidade pessoal na competição, que se estendia por 49 partidas (39 vitórias e 10 empates).
O domínio inicial do Manchester City é evidente
Com 65,1% de posse de bola nos primeiros 15 minutos, o domínio do Manchester City era evidente. Os três remates enquadrados de Haaland antes da meia-hora reforçaram ainda mais essa superioridade.
Aos 34 minutos, o avançado norueguês foi mais rápido do que qualquer outro jogador e, de forma fria, picou a bola sobre o guarda-redes Bart Verbruggen, dando ao City uma vantagem merecida, a sexta consecutiva em seis jogos contra os Seagulls.
Para os comandados de Fabian Hürzeler, os números eram claros: os visitantes não tinham perdido nenhuma das últimas 15 partidas em que marcaram primeiro.
E, pelo que se via em campo, nada indicava que esse cenário fosse mudar. Os anfitriões tinham feito apenas um remate enquadrado, por Kaoru Mitoma, aos 18 minutos, o seu menor registo num jogo em casa da Premier League desde novembro de 2019, frente ao Leicester City.
Milner: o segundo jogador mais velho da cidade
A segunda parte começou com os Cityzens a manterem o domínio: 67,2% de posse de bola nos primeiros 15 minutos. No entanto, à medida que o jogo avançava, tornou-se evidente que os médios do City começavam a perder demasiada posse de bola. Entre Rodri, Bernardo Silva, Omar Marmoush e Tijjani Reijnders, a bola foi cedida 45 vezes até ao final do encontro.
Aos 39 minutos, Hürzeler lançou em campo James Milner, o experiente jogador de 39 anos e antigo ídolo do Manchester City, como uma das quatro substituições.
Seis minutos depois, um dos marcadores mais jovens da Premier League assumiu a cobrança de um penálti e converteu. Com isso, tornou-se também o segundo jogador mais velho de sempre a marcar um golo na primeira divisão inglesa.
Este foi o primeiro golo de James Milner na Premier League desde 2019 e permitiu-lhe alcançar um feito histórico: passou a deter o recorde do maior intervalo entre o primeiro e o último golo na competição - 22 anos e 248 dias.
O médio marcou o seu primeiro golo pelo Leeds United frente ao Sunderland, no Boxing Day, a 26 de dezembro de 2002, quando tinha apenas 16 anos e 356 dias.
Outro dado curioso: Milner estreou-se na Premier League em novembro de 2002, antes de 11 jogadores que integraram as convocatórias de domingo sequer terem nascido.
Brighton levou o jogo para o City no segundo tempo
Os anfitriões foram claramente superiores na fase final do encontro, com Yankuba Minteh em destaque pela forma como desequilibrou dentro e ao redor da área do Manchester City. Já Diego Gómez registou o maior número de pressões no jogo: 84 no total e 54 no meio-campo adversário.
Apesar de os visitantes terem conseguido travar com relativa facilidade os ataques do Brighton, Reijnders e Haaland não conseguiram criar qualquer ameaça real à baliza adversária. O golo do norueguês acabou por ser, inclusive, o último remate enquadrado do Manchester City em todo o encontro.
O Brighton, por sua vez, manteve a pressão e somou nove remates apenas na segunda parte, sem contar com o penálti convertido por James Milner, antes de Brajan Gruda assinar o 2-1, aos 89 minutos, selando o resultado.
Com a defesa do City em polvorosa, Kaoru Mitoma arrancou pela esquerda e lançou Brajan Gruda, que ainda tinha muito trabalho pela frente. O jovem avançado ultrapassou James Trafford e Rayan Aït-Nouri antes de finalizar para uma baliza deserta, garantindo o golo da vitória.
Foi o quinto golo de Gruda nos seus últimos oito jogos na Premier League, período em que também somou três assistências. Um registo ainda mais impressionante considerando que foi titular em apenas duas dessas partidas.
Mais dois remates desenquadrados de Reijnders e Haaland, já nos descontos, foram o máximo que o Manchester City conseguiu criar. Agora, Pep Guardiola terá de dar uma resposta firme e corrigir os erros da equipa, uma vez que o dérbi de Manchester será o primeiro jogo após a pausa internacional.
