A ideiaé a seguinte: como é que se pode determinar objetivamente quais as equipas que jogam com um estilo mais "direto" ou "vertical" no ataque, sem se basear simplesmente num teste de visão (ou seja, vendo os jogos)?
O Observatório de Futebol do CIES apresentou uma solução num dos seus recentes relatórios semanais, combinando dados da Wyscout e da SkillCorner para criar um índice de frontalidade. O índice classifica as equipas de 27 ligas de todo o mundo, desde as que têm o estilo de ataque mais direto até às que têm o menos, o jogo ofensivo mais elaborado.
Para calcular o índice, foram tidas em conta três variáveis: a frequência de sprints por jogador (pelo menos 0,7 segundos a mais de 25 km/h) durante a posse de bola; a proporção das chamadas corridas para o espaço; e o número de quilómetros percorridos pela bola em posse, resultante do número e da duração média dos passes bem sucedidos.
O índice de jogo direto foi então calculado multiplicando a frequência de sprints por jogador pela proporção de corridas de "chamada para a bola" e dividindo esse valor pelo número de quilómetros percorridos pela bola em posse.
Esta fórmula produz um valor numérico para cada clube analisado, sendo que os valores mais elevados representam os estilos de jogo mais directos. Os valores foram escalados de modo a situarem-se entre 0 e 100, sendo 100 o lado mais direto.
O Farense, de Portugal, com um valor de 100, está no topo em termos de jogo direto. Entre os cinco grandes campeonatos europeus, o Luton Town (87) lidera o ranking e o Banfield (83) lidera nas equipas não europeias.
O Newcastle United (56) registou a pontuação mais elevada entre os participantes na Liga dos Campeões.
No outro extremo da classificação, os valores mais baixos, que reflectem os estilos de ataque mais indirectos, foram medidos por duas equipas treinadas por espanhóis famosos - o Manchester City de Pep Guardiola (21) e o Paris St-Germain de Luis Enrique (23). O Arsenal de Mikel Arteta (27) ficou em quarto lugar, atrás dos ucranianos do Oleksandriya. O Lech Poznan, da Polónia, é o último classificado.
O relatório também apresenta os valores extremos das variáveis específicas do índice.
Relativamente aos sprints durante as fases de posse de bola, o Farense obteve a pontuação mais elevada e o Friburgo a mais baixa. No que se refere às corridas no espaço, o Cercle Brugge foi o clube que registou a maior pontuação e o Burnley, da Premier League, a menor.
O Paris St-Germain liderou o ranking mundial em termos de quilómetros percorridos com a bola em posse, enquanto o Teplice, da República Checa, ficou no outro extremo do espectro.