"Para ser honesto, ele não estava no meu radar antes da transferência", diz Yorke, quando questionado sobre o avançado contratado pelo Manchester United Rasmus Hojlund, e a impressão que causou no ex-goleador dos Red Devils.
"O United vem tendo dificuldades nessa posição há algum tempo, mas Hojlund já marcou alguns golos, o que é ótimo para ele", continua Yorke, que não se impressionou com o golo que o jovem dinamarquês marcou recentemente contra San Marino.
"Quando se joga num clube como o Manchester United, esse é o tipo de golo que se espera marcar contra San Marino. Agora ele precisa de trazer essa forma para a Premier League", diz Yorke, com um encolher de ombros, antes de finalmente abrir aquele grande sorriso que todos os adeptos da Premier League, de uma certa idade, conhece muito bem.
"Escutem, eu prefiro-o a quem tivemos nessa posição nas últimas épocas! Mesmo sem saber muito sobre ele, com o que vi até agora, ele tem o meu voto por enquanto", acrescenta, com uma risada.
Yorke volta a falar mais a sério quando questionado se Erik ten Hag deveria pensar em prescindir de Marcus Rashford, após o mau início de temporada do Mnchester United.
"De maneira nenhuma! É difícil dispensar o nosso melhor jogador. É sempre um desafio regressar e fazer uma época melhor do que a que ele fez na época passada. Quando se olha para a forma como o United começou esta época, é difícil apontar o dedo a uma pessoa. Talvez o Ten Hag também tenha de assumir alguma responsabilidade pela forma como as coisas estão a correr, ao ver como lidou com algumas situações. Portanto, não, o Rashford não está a jogar bem, mas não é o único culpado", afirma Yorke, salientando o bom desempenho de Rashford pela Inglaterra, contra a Itália.
"Por muito bom que seja, vai ter dificuldades numa equipa em declínio. É um desporto de equipa, dependemos de certas pessoas para nos darem a bola em certas áreas. E o United não tem conseguido assumir o controlo dos jogos esta época", diz Yorke, que hoje em dia é uma figura impressionante, tendo claramente acrescentado alguns músculos protuberantes à figura esguia que incendiou a Premier League.
Atualmente, Yorke está desempregado, já que nem mesmo a Arábia Saudita foi escolhida pelo atual habitante do Dubai.
"Tentei estabelecer contacto comigo próprio", admite Yorke, mas sabe que precisa de uma pausa que não está necessariamente relacionada com a qualidade dos seus resultados.
"A Liga Saudita tem o PIF, que tem uma lista VIP de jogadores e treinadores que eles têm como alvo. Se não estiveres nessa lista, é muito improvável que sejas escolhido. Mas estou esperançoso", diz ele, otimista, enquanto se questiona como Robbie Fowler conseguiu o seu emprego como técnico na Arábia Saudita.
"Tenho de ter um pouco de cuidado com o que digo, mas ele não está a ganhar. Tive uma oportunidade na Austrália, que aproveitei e tive uma taxa de vitórias de 55%. Tentamos construir a nossa credibilidade e não tenho a certeza se o Fowler tem essa credibilidade, apesar de lhe terem sido dados vários empregos. Acho que ele não tem muitas opções, apesar de ser um grande nome em Inglaterra e provavelmente foi por isso que acabou na Arábia Saudita", defende.
Yorke, por sua vez, considera Fowler um pouco viajante, mas ficou mais surpreso ao ver Steven Gerrard aceitar um emprego na liga profissional saudita.
"Gerrard foi bem-sucedido no Rangers, por isso, embora a sua passagem pelo Villa tenha sido um fracasso, muitos de nós ficaram surpreendidos com essa mudança", assume.
Sobre o Aston Villa, onde Yorke teve a sua primeira experiência na Premier League, o antigo avançado considera que deve fazer de tudo para ter sucesso na Liga Conferência.
"Eles não ganharam nada desde a minha passagem pelo clube, e até que chegues a esse tipo de posição, não podes escolher o tipo de troféu que vais buscar", diz Yorke, que acha que o Villa vai-se inspirar no West Ham.
"O que eles fizeram é um incentivo para qualquer equipa e, com todo o respeito pelos Hammers, acho que o Villa, historicamente, é um clube maior", diz Yorke, que acredita que os "Villains" devem ter como meta os seis primeiros da Premier League.
"Eles estão desesperados para ficar entre os quatro primeiros, e com o Manchester United sem estar no seu melhor momento, e o Chelsea ainda a lutar, talvez uma pequena fresta na porta esteja aberta", diz Yorke, esperando que o Aston Villa seja o único a entrar.