No entanto, com a janela de transferências a aproximar-se do fecho, esses ajustes finais ainda não se concretizaram. De acordo com várias fontes, cresce o sentimento de indecisão em torno da possibilidade de avançar para um nome sonante ou, em alternativa, encerrar o mercado sem mais movimentos.
Dois alvos continuam em cima da mesa: Rodrygo, do Real Madrid, e Eberechi Eze, do Crystal Palace. Ambos os dossiês, porém, evoluíram de forma complexa.
No caso do internacional brasileiro, a estratégia dos londrinos era clara: esperar pelo fim da participação do Real Madrid no Mundial de Clubes para tentar convencer o jogador. Os Gunners estavam mesmo dispostos a oferecer-lhe o salário mais alto do plantel, prova da seriedade da investida.
Contudo, semanas depois, pouco mudou. Rodrygo sente-se lisonjeado pelo interesse, mas não pretende sair de Madrid. A menos que o clube abra a porta, dificilmente haverá movimento.
O caso de Eze é diferente. Fontes próximas garantem que o jogador ficou entusiasmado com a possibilidade de se mudar para o Emirates. Mas, apesar da admiração pelo médio, a hierarquia dos Gunners hesitou. Eze é visto sobretudo como um “camisola 10”, não como o extremo-esquerdo que Arteta procura para elevar a frente de ataque. A indefinição abriu espaço ao Tottenham, que avançou com negociações enquanto o Arsenal aguardava.
Apesar disso, a sensação é de que o clube gostaria de ter mais uma opção ofensiva. Não há contestação direta a Gabriel Martinelli ou Leandro Trossard, mas subsistem dúvidas sobre se a dupla, sozinha, consegue sustentar uma candidatura ao título. A vontade existe, mas a convicção falta.
Ironicamente, o desfecho mais plausível neste fecho de mercado poderá surgir no setor defensivo. Jakob Kiwior e Oleksandr Zinchenko são apontados como possíveis saídas até ao fim do prazo.
Kiwior tem sido procurado pelo FC Porto, com uma estrutura de empréstimo e obrigação de compra em cima da mesa. Zinchenko, por seu lado, tem-se sentido frustrado com o seu papel e admitiu mesmo sentir-se envergonhado com o tempo que passou no banco.
No final do verão passado, parecia ter pretendentes em Itália e na Alemanha, mas esse mercado desvaneceu-se e, nos últimos tempos, as suas ligações mais fortes têm sido com equipas da Turquia. O Arsenal pode ser forçado a deixá-lo sair por um preço baixo.
Se ambas as saídas se concretizarem, o Arsenal precisará de cobertura. Isso abre a porta a um reforço tardio - não o glamour de Rodrygo ou a arte de Eze, mas um defesa funcional para colmatar as lacunas.
Então, entra um? Dois? Nenhum? A realidade é que o negócio do Arsenal está pendurado por diferentes fios.
Há a tentação de encontrar estrelas, uma oportunidade perdida em Eze e um reforço defensivo que pode ditar se alguém novo entrará pelas portas do Emirates.
