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Exclusivo com Gus Poyet: "Thomas Frank tem parte da responsabilidade na polémica com Van de Ven"

Thomas Frank, treinador do Tottenham
Thomas Frank, treinador do TottenhamTottenham/X

O antigo médio do Tottenham, Gus Poyet, considera que o treinador Thomas Frank foi parcialmente responsável pela polémica que marcou o final da derrota em casa, frente ao Chelsea, no sábado à noite.

No apito final, Thomas Frank foi ignorado pela dupla dos Spurs, Micky van de Ven e Djed Spence, enquanto lhes pedia para não abandonarem o relvado antes de aplaudirem os adeptos da casa.

Em vez disso, ambos os jogadores saíram rapidamente e também resistiram aos esforços do treinador Andreas Georgson para não ignorarem o técnico.

"É um risco que agora os treinadores, nos últimos dois ou três anos, estão a assumir ao entrar no relvado após o jogo. Antes não acontecia", referiu Gus Poyet ao Tribalfootball.

"Os treinadores juntavam-se, cumprimentavam-se e iam embora. Mas, de há dois ou três anos para cá, depois do aperto de mão, os treinadores entram no relvado, vão para o centro do campo, por vezes até cumprimentam os árbitros", acrescentou.

"E quando há tensão, qualquer jogo pode ter tensão, especialmente num dérbi, vais para o meio em que todos os jogadores estão a reagir. Pode haver um confronto com um adversário que está irritado porque perdeu, ou com um dos teus jogadores, ou até com os árbitros. Por isso, acho que é um risco desnecessário que os treinadores estão a assumir, porque pode tornar-se um hábito", defendeu Gus Poyet.

"Imagina, um dérbi, sabes que é um jogo que tens de ganhar, jogas em casa, não jogaste bem, estás frustrado. E ainda por cima, quando acaba o jogo, os adeptos assobiam-te intensamente. E quando queres sair porque tudo correu mal, está tudo negro, o treinador quer dizer alguma coisa, seja o que for, e tu não queres ouvir nada. Só queres desaparecer", considerou.

"Frank tem de ser mais astuto"

De facto, Poyet afirma que as ações de Frank contribuíram para a polémica ao querer entrar no relvado.

"É muito individual, sabes? Nem todos os jogadores são iguais nem reagem da mesma forma a um jogo destes. Por isso, como disse, olha, porque é que não gosto do VAR? Porque estamos a transformar os árbitros no centro do jogo. A câmara segue o árbitro. Esperam que ele fale agora. Parecem atores. Detesto isso. Os melhores árbitros do mundo são aqueles de quem ninguém sabe o nome porque não houve problemas", afirmou.

"Quando sabes o nome, quando reconheces a cara, é porque houve demasiado VAR. Não gosto disso. E agora os treinadores estão a fazer o mesmo. Acaba o jogo, entram. Para onde vão as câmaras? Antes iam para o marcador, para quem marcou o golo da vitória. Agora seguem os treinadores e acompanham-nos no relvado. Estão a tornar-se o centro das atenções na televisão. E quando tens demasiada atenção sobre ti, seja o que for, qualquer pequeno detalhe, boom, no dia seguinte toda a gente vai perguntar-te sobre isso", concluiu Gus Poyet.