O defesa português conquistou 7 troféus na Roménia com o CFR Cluj durante a sua carreira de jogador, incluindo dois títulos da liga nas épocas 2007/08 e 2009/10, sob a orientação dos treinadores Ioan Andone, Toni Conceição e Andrea Mandorlini.
Tony da Silva falou em exclusivo ao Flashscore sobre as suas experiências nos dois maiores clubes do futebol europeu: Manchester United e PSG, onde recebeu conselhos valiosos dos treinadores Ruben Amorim e Luis Enrique.
No Teatro dos Sonhos, Tony passou uma semana na companhia de um velho amigo, Ruben Amorim, que o recebeu de braços abertos, uma vez que os dois andaram juntos na escola de treinadores e foram antigos adversários no futebol português.
"O que mais me impressionou em Manchester, em Old Trafford, foi o ambiente. Passei seis dias a treinar lá com o Ruben, durante os quais tiveram dois jogos muito próximos (contra o Bodo/Glimt na Liga Europa e o Everton no campeonato). Muitas vezes nem sequer treinamos os jogadores, concentramo-nos mais na recuperação. Faz-se alguma estratégia tática e, fisicamente, definem-se objectivos. Dá-se ideias aos jogadores e trabalha-se muito. É um grande clube. Não há ninguém acima do Manchester United. Manchester é amado e sente-se a sua história", atirou.
O treinador ficou profundamente impressionado com as instalações disponíveis para os jogadores do United.
"Há muita história no Manchester. Têm as melhores instalações, de última geração, em que muita gente nem sequer pensa. Investe-se muito na equipa principal, mas também nas camadas jovens ou na equipa feminina. Têm todas as instalações. Mas também há muita pressão, muito trabalho duro e é preciso ganhar quando se está lá", atirou.
Estávamos curiosos para conhecer os segredos de um jovem treinador que tem dominado o futebol português nos últimos quatro anos. Com o Sporting, Ruben Amorim conquistou cinco troféus: dois campeonatos (20/21 e 23/24), duas Taças de Portugal (20/21 e 21/22) e uma Supertaça (21/22).
Antes de chegar ao Estádio José Alvalade, o lusitano tinha apenas um troféu como treinador: a Taça de Portugal, conquistada com o Braga em 19/20.
"Com o Ruben tem corrido tudo bem, porque nos conhecemos desde que fizemos o curso. Ele está muito ocupado em Manchester, porque tudo é novo para ele. Com a sua equipa, têm muito trabalho para fazer. Há uma grande acumulação de jogos, estão lá há pouco tempo e já tiveram 4 jogos. Não há tempo para nada. É preciso estar a 200 por cento em todos os aspectos. O Ruben veio com toda a sua equipa de Portugal. Está em contacto com todos os departamentos e todos trabalham arduamente todos os dias para a equipa. O Ruben tem 9 a 10 reuniões por dia em cada departamento. Foi muito bom revermo-nos e passarmos algum tempo juntos".
"O Ruben e eu conhecemo-nos há muito tempo. Jogámos um contra o outro em Portugal. Depois disso, tornámo-nos colegas e fomos para o curso de treinadores, onde fiquei durante um mês com ele. Criámos alguns laços e ficou este respeito, esta amizade. Ele é uma pessoa muito humilde, aberta, sorridente e positiva. Gosto disso nele. Tem um trabalho difícil no United, mas veremos que será bem sucedido porque é muito bom a comunicar. É esse o seu ponto forte, a comunicação e a aura positiva", atirou.
"Na escola de treinadores, íamos tomar um café de vez em quando, para conviver. O Ruben não! Ele é muito dedicado. Isso é algo que se viu no Sporting. Está sempre a traçar estratégias e só pensa no jogo. Todos nós aprendemos com ele. Íamos tomar um café, jogar uma partida de bilhar, para aliviar o stress, porque era um estágio de um mês e era muito duro. Mas o Ruben estava sempre no seu quarto e só pensava em futebol, futebol, futebol. Por isso é que eu digo que ele é alguém que vai ter 100% de sucesso", recordou.
Tony continua a sua aventura europeia em Paris, onde fez a sua primeira grande estreia no futebol. Nascido na cidade de Le Creusot, o antigo defesa foi dar toques na bola pela primeira vez na academia do PSG, onde jogou durante seis anos.
"É um clube que cresceu muito desde que as pessoas do Catar chegaram. Estive lá no passado, quando Laurent Blanc e Christophe Gaultier estavam lá. Com Luis Enrique não tenho falado muito. Assisti a alguns dos seus treinos. Gosto de conviver com o maior número possível de treinadores e aprender. Porque o futebol de hoje é muito tático e evolui muito rapidamente, em todos os aspectos. E se ficarmos dois ou três dias sem aprender algumas coisas, perdemos muito. O PSG tem todas as condições. Cada equipa tem o seu próprio campo, o seu próprio ginásio, piscina, sauna de recuperação, câmara hiperbárica, coisas que são absolutamente impressionantes. Há muita pressão neste momento, porque querem resultados. O PSG não está a ir muito bem na Liga dos Campeões. Investiram muito dinheiro na academia, lançaram estrelas como João Neves, Zaire-Emery e Barcola", concluiu.
