O agente do jogador, Viktor Kolar, e a sua empresa investiram muito no jovem guarda-redes.
"É um marco para mim o facto de ter sido paga uma quantia tão elevada por um guarda-redes", afirmou Kolar numa entrevista ao podcast do Flashscore.
"A liga checa ainda não é vista de uma forma que os clubes da Premier League paguem grandes somas por jogadores locais", lembrou.
- No verão de 2021, quando Kinsky se mudou do Dukla para o Slavia, disse que as exigências do clube e a qualidade de seus companheiros de equipa o ajudariam a alcançar o próximo nível. As suas palavras foram: Aos nossos olhos, ele é claramente um guarda-redes para o futebol europeu. Isso confirma-se agora com a transferência para o Tottenham?
- O fundamental é que, na vida de Kinsky, poucas coisas aconteceram e estão a acontecer por acaso. Ele sempre estabeleceu objetivos e planos. Além disso, consultou a família em todas as suas viagens, com o pai a desempenhar um papel importante. E devo dizer que Petr Cech foi também uma inspiração e uma motivação para ele trabalhar sobre si próprio. Esta foi a base do seu trabalho árduo, atitude, comportamento e pensamento. Kinsky estava sempre interessado em ir para o estrangeiro o mais cedo possível - e entrar nas melhores competições, no melhor clube possível, onde teríamos uma verdadeira oportunidade de trabalhar arduamente.
- Jaroslav Tvrdik (presidente do Slavia) declarou publicamente que a direção do clube preferiu inicialmente outra proposta - era mais baixa, mas Kinsky teria ficado por empréstimo na República Checa e só sairia no verão. Em que medida é que o facto de o Tottenham ter entrado em contacto com o jogador influenciou a situação?
- Inicialmente, planeámos a transferência para o verão, mas queríamos estar preparados para a possibilidade de algo acontecer no inverno. Temos estado em contacto com muitos clubes de diferentes ligas desde o verão e dissemos a quase todos que a altura ideal para a transferência de Kinsky era depois da época. Mas depois apareceu o Tottenham e fez um ataque frontal entre as férias. Apresentaram um modelo a Kinsky, a nós e a toda a família, de como tudo poderia funcionar.
- Precisavam urgentemente de um guarda-redes, não é verdade?
- O facto de Vicario se ter lesionado ajudou. Quando nos apresentaram como conhecem bem Kinsky, como a sua forma de defender se adequa ao jogo do Tottenham e ao seu estilo de jogo, ao tipo de futebol que Ange Postecoglou quer praticar, ficámos convencidos de que era a decisão certa. O clube já demonstrou que Kinsky fez a escolha certa. Havia outras opções, mas só há uma Premier League. Além disso, o Tottenham é um clube que está perfeitamente preparado.
- Em quê, exatamente?
- Eles trabalharam nas infra-estruturas durante muito tempo. Hoje, têm o melhor centro de treinos do mundo, um estádio de topo, contratam pessoal de qualidade, têm excelentes instalações e equipamentos. O apoio técnico está em alta, então tudo o que falta agora é transferir tudo isso para o campo.
- Recentemente, o clube tem investido em jogadores jovens. Esse também foi um dos motivos da decisão?
- Daniel Levy tem sido um fiador do apoio do clube a longo prazo aos jovens jogadores. Conhecemo-nos há muito tempo (e) fizemos várias transferências juntos - em 2008, por exemplo, o avançado Roman Pavlyuchenko - e sei muito bem que ele promove os jovens jogadores. Basta olhar para quem está a jogar e para a idade que têm. Kinsky tem todas as condições para se adaptar rapidamente, confirmar as suas qualidades e desenvolver-se ainda mais.
- Há várias informações sobre o valor da transferência. Especula-se que o valor seja de 13-15 milhões de euros. Pode confirmar se o valor real se situa de facto nesse intervalo de preços?
- O montante é muitas vezes superior ao da transferência mais cara de um guarda-redes da República Checa. No geral, está perto da venda mais cara de sempre da liga nacional (que é Tomas Soucek, que em 2020 assinou pelo West Ham num negócio de cerca de 20 milhões de euros).
- Considera que se trata de um feito excecional nesse sentido?
- É um marco para mim, porque a liga checa, no estrangeiro, e certamente não na Premier League, ainda não é vista como uma competição em que os clubes de topo devam comprar por quantias mais elevadas. O Tottenham foi outro clube com quem falámos e para quem a confirmação das qualidades de Kinsky foram os seus jogos na Liga Europa e na seleção nacional. A liga checa não significava nada para eles.
- É uma quantia elevada para um guarda-redes, o que também não é habitual, pois não?
- Os clubes geralmente querem sempre pagar menos por um guarda-redes. Os avançados estão normalmente no topo da lista de prioridades e já gastam mais por eles. Há a perceção de que comprar um guarda-redes caro é um risco, porque ou vai funcionar ou não, e então não se vai conseguir um guarda-redes caro. Mas as pessoas no Tottenham confiaram em Kinsky. Toda a equipa de olheiros, que tem mais 11 pessoas para além do (chefe de olheiros) Rob Mackenzie, concordou com um de dois nomes na votação.
- Pode revelar o que Kinsky conversou com Petr Cech quando discutiram a transferência?
- Foram principalmente assuntos de guarda-redes. Consultaram a forma como as coisas funcionam em Inglaterra; como são feitos os aquecimentos antes dos jogos, como programar o calendário, que exercícios incluir e coisas desse género. Kinsky ficou muito agradecido porque Petr é uma grande motivação e inspiração para ele.