O estado de espírito de Christian Nørgaard estava melhor, esta segunda-feira, do que após a derrota, em tempo de descontos, do Brenford com o Manchester United, no fim de semana.
No encontro com a seleção nacional, Nørgaard expressou os seus sentimentos quando o Brentford passou de 1-0 para 1-2 em apenas três minutos de tempo extra.
"Foi um pouco difícil, a forma como tudo aconteceu. Foi um pouco surreal estar em Old Trafford, depois de ter feito um jogo quase perfeito e, de repente, perder na mesma", disse Nørgaard ao Flashscore, já depois de ter sido alvo das habituais brincadeiras e provocações de Christian Eriksen e Rasmus Højlund, à chegada à concentração da seleção dinamarquesa.
A situação do Brentford é particularmente preocupante para o médio dinamarquês. A equipa está em 15.º lugar na Premier League e a sua única vitória remonta a 19 de agosto, quando o Brentford ganhou diante do Fulham de Marco Silva.
"Seria bom conseguir alguns pontos. Obviamente que sim. É um pouco cansativo dizer que estamos a jogar bem, mas não conseguimos nenhum ponto. Neste momento, estamos um pouco afetados, nomeadamente em termos de lesões", explicou Nørgaard, que, além da derrota dramática do fim de semana, lembrou também o jogo contra o Nottingham Forest, em que o Brentford, apesar de ter mais um jogador em campo, não conseguiu manter uma vantagem de 1-0.
Nørgaard refere ainda que o Brentford tem sido capaz de criar várias sequências em que a equipa não perde.
"Afinal de contas, só há oito jogos disputados na época. Vamos analisar a situação quando tiverem sido disputados 20 a 25 jogos. Nessa altura, podemos fazer uma análise mais factual", explicou.
Um dos ausentes do plantel do Brenford, desde o impressionante nono lugar da época passada, é o avançado Ivan Toney. O avançado inglês foi suspenso até janeiro de 2024, depois de ter sido considerado culpado de violar o regulamento de apostas da Premier League.
"É um dos melhores avançados do campeonato. Além disso, precisamos da sua liderança. Perdemos muitos líderes em Brentford. Para além de Toney, faltam David Raya e Pontus Jansson. A nova hierarquia precisa de se adaptar", diz Nørgaard, que assumiu a capitania do Brentford depois da saída de Pontus Jansson para o Malmö FF.
O papel de líder inequívoco e capitão da equipa é muito importante para Christian Nørgaard.
"Penso que me adaptei bem e sinto-me confortável nesse papel. É uma grande honra, mas, por outro lado, também dói um pouco mais quando as coisas não correm tão bem como gostaríamos", assume Nørgaard ao Flashscore, contando que, depois do jogo contra o Manchester United, optou por não dizer nada no balneário.
Entre o grande contingente dinamarquês no Brentford está Mathias Jensen, que marcou o golo no jogo do fim de semana. Jensen é muito elogiado pelo capitão do clube.
"É bom para ele estar um pouco mais à frente, especialmente quando joga com dois jogadores mais defensivos. Tentamos dar-lhe o máximo de liberdade possível para que ele possa avançar nas situações em que está no seu melhor", explicou.
Antes de ir para o estrangeiro, pela segunda vez na sua carreira, Nørgaard jogou cinco épocas no Brøndby. Por isso, é com um sorriso no rosto que Nørgaard olha para a atual posição na Superliga. Também o faz pensar na sua evolução desde que chegou ao Brøndby, vindo da equipa de reservas do Hamburgo.
"Traz-me boas e más recordações pensar no Brøndby, porque não consegui esse campeonato. De resto, há muitas boas recordações dessa altura, mas, sobretudo antes da chegada de Zorniger, foi difícil. Falei com os meus conselheiros sobre o Viborg e o Lyngby serem as minhas opções, uma vez que tive um mau período sob o comando de Auri. Agora, aqui estou eu, cinco ou seis anos depois, como jogador da Premier League e com quase 25 partidas pela seleção", lembra Nørgaard, que não descarta a possibilidade de voltar à Superliga dinamarquesa, em algum momento, para tentar conquistar o título que nunca conseguiu.