Os Gunners há muito que precisam de alguém cuja principal missão seja colocar a bola no fundo das redes, mas têm dado preferência a jogadores que também acrescentem qualidade no passe e capacidade de ligação ao jogo.
Em certos encontros, essa opção acabou por sair cara e, sem dúvida, levou os londrinos a perderem pontos em jogos que deveriam, no mínimo, ter empatado — se não mesmo vencido.
Avançado é prioridade de Mikel Arteta
Se Mikel Arteta e a direcção do Arsenal querem realmente que a equipa principal seja candidata ao título da Premier League — e a qualquer outro troféu em disputa já na próxima época —, então um avançado de peso terá de ser a primeira contratação do verão.
Tudo indica que Benjamin Šeško, do RB Leipzig, poderá estar a caminho do Emirates Stadium, embora a transferência possa atingir os 70 milhões de libras (83 milhões de euros), caso o clube da Bundesliga acabe por aceitar libertar o jogador.
O interesse do Arsenal é, naturalmente, compreensível.

Šeško, de 24 anos, marcou 17 golos e fez seis assistências numa equipa que, na época passada, terminou apenas no sétimo lugar da Bundesliga, ficando assim fora das competições europeias.
Por isso, será certamente mais difícil para o Leipzig segurar o seu ativo mais valioso neste momento — embora não seja impossível. Ainda mais se o Arsenal decidir explorar alternativas noutro clube.
Ferran Torres tem experiência na Premier League
Um jogador com experiência na Premier League e que protagonizou uma campanha impressionante em 2024/25 — aparentemente pouco valorizada — é Ferran Torres, do Barcelona.
Formado num estilo de jogo muito alinhado com aquele que Mikel Arteta procura implementar no Arsenal, o internacional espanhol, de 25 anos, sentir-se-ia certamente em casa ao lado de compatriotas como Mikel Merino, David Raya e, claro, o próprio treinador.
É claro que se pode argumentar que Ferran Torres não é um ponta de lança ao estilo de Šeško e que, como Erling Haaland demonstrou no Manchester City, ter um avançado-centro como referência — mesmo numa equipa que não se caracteriza necessariamente por um jogo muito vertical — pode ser precisamente aquilo que falta.
No entanto, também é verdade que, pelo menos historicamente, o Arsenal sempre rendeu melhor com avançados menos fixos, mais rápidos e habilidosos, com faro de golo — qualidades que, nos últimos tempos, têm estado em falta.
Fora da sombra de Lewandowski
Os 16 golos e seis assistências de Ferran Torres em 34 jogos na temporada 2024/25 permitiram que o "Tubarão" finalmente saísse da sombra de Robert Lewandowski.
Mais móvel do que o avançado polaco, bastou-lhe uma sequência consistente de jogos para provar que tem mais do que qualidade suficiente para liderar o ataque do Barcelona.
Se voltar a ser relegado para segundo plano, apesar desse desempenho, Torres terá de fazer uma reflexão séria sobre as suas próprias ambições.

Kai Havertz (11 golos e três assistências em 28 jogos), Gabriel Martinelli (oito golos e quatro assistências em 38 jogos) e Leandro Trossard (oito golos e sete assistências em 42 jogos) foram os melhores marcadores do Arsenal em 2024/25 — um dado que ilustra bem os problemas ofensivos da equipa.
Tendo em conta que nenhum dos três pode ser considerado um avançado-centro de raiz, os seus números devem também ser analisados de forma diferente. A precisão no passe ou a capacidade de ligação ao jogo não pode ser ignorada se forem avaliados apenas pela quantidade de golos que marcam ou assistem.
Arteta treinou Torres no Manchester City
Ferran Torres já foi associado ao Arsenal e Mikel Arteta conhece bem o que o avançado pode oferecer, depois de o ter treinado durante o período em que ambos estiveram no Manchester City.
Esse é mais um fator a jogar a favor do espanhol, sendo que o curto período de adaptação que provavelmente exigiria poderá colocar Torres em vantagem em relação a Šeško nas cogitações do treinador.
Além disso, Torres marcou apenas um golo a menos do que o esloveno em todas as competições na época 2024/25, apesar de ter sido titular em menos 18 jogos e de ter somado apenas 1 503 minutos, contra os 2 738 de Šeško.

Não nos esqueçamos também que, embora seja alguns anos mais velho do que Šeško, Ferran Torres ainda está a poucos anos de atingir o seu suposto auge e, na equipa certa, poderá dar um grande salto na sua carreira.
Com Lewandowski a entrar no último ano de contrato, o melhor que Torres poderá esperar no gigante catalão será um papel secundário.
A menos que receba garantias de que será titular — graças à sua excelente fase de forma —, Torres terá uma decisão bastante simples a tomar.
Uma decisão que, muito provavelmente, acabará por ser benéfica para todas as partes envolvidas.
