Recorde as incidência da partida
O arranque na Premier League 2025/26 tem sido desastroso: nos dois jogos já disputados, os Hammers sofreram oito golos, depois da derrota por 3-0 frente ao recém-promovido Sunderland e da goleada por 5-1 em casa contra o Chelsea.
Potter tem um registo pior do que Lopetegui
A paciência dos adeptos começa a esgotar-se, e os números ajudam a explicar porquê: Potter tem, neste momento, um registo de vitórias pior do que o seu antecessor, Julen Lopetegui, no mesmo número de jogos.
O técnico espanhol foi demitido após vencer apenas sete encontros, empatar cinco e perder 10, um desempenho insuficiente para o clube. Com apenas quatro vitórias em casa em 22 jogos, 26 golos marcados e 44 sofridos, Lopetegui terminou com uma percentagem de vitórias de 31,8% em todas as competições, números que já começam a ser superados pela negativa por Potter.
A contestação aumenta, e o próximo jogo da Premier League pode ser determinante para o futuro do treinador.
Longe de se revelar um “treinador mágico”, o único ponto positivo do seu mandato até agora é o facto de a equipa ter sofrido menos golos (36) em comparação com épocas anteriores.
No entanto, os números continuam preocupantes: em 22 jogos, Potter somou apenas cinco vitórias, duas delas no Estádio de Londres, além de cinco empates e 12 derrotas. Com apenas 26 golos marcados, o treinador inglês apresenta uma percentagem de vitórias de 22,7%, um registo muito abaixo das expectativas.
Duas equipas pobres produziram um jogo de taça decente
O Wolves também teve um arranque difícil na Premier League, mas está acima do West Ham na 19.ª posição por ter sofrido menos golos nas duas derrotas iniciais.
São as duas únicas equipas que ainda não somaram qualquer ponto, pelo que os adeptos de ambos os clubes poderiam esperar que o jogo da Taça fosse pouco entusiasmante.
Mas a verdade é que foi tudo menos isso.

Quando as duas equipas se defrontaram pela última vez em Molineux, um golo de Jorgen Strand Larsen deu a vitória ao Wolves por 1-0, mas o avançado começou no banco no jogo da última terça-feira à noite.
A decisão de Vítor Pereira gerou estranheza, sobretudo porque os Midlanders estavam há 195 minutos sem marcar em todas as competições, tendo apontado o último golo frente ao Brentford, em maio.
Os Hammers entraram melhor e tiveram três remates perigosos em apenas dois minutos da primeira parte, por intermédio de Jarrod Bowen, Lucas Paquetá e Tomas Soucek, oportunidades que deviam ter resultado no golo inaugural.
Os problemas do West Ham eram evidentes
A posse de bola foi bastante equilibrada ao longo de todo o encontro (50,7% para o Wolves contra 49,3% para o West Ham), o que tornava incerta a identidade de quem iria abrir o marcador.
No entanto, já perto do intervalo, um carrinho de Guido Rodríguez originou um penálti para o Wolves. Hwang Hee-Chan assumiu a cobrança e viu o seu remate bater na trave, mas Rodrigo Gomes foi o mais rápido a reagir e colocou os anfitriões em vantagem por 1-0.
Como os Irons não venciam nenhum dos últimos seis jogos da Taça Carabao em que sofreram o primeiro golo, desde a vitória sobre o AFC Wimbledon, em agosto de 2018, o cenário não parecia favorável para Graham Potter.
Para seu crédito, porém, o West Ham entrou na segunda parte com uma atitude bem mais positiva e chegou rapidamente ao empate, graças a um cabeceamento certeiro de Tomas Soucek, curiosamente, o único duelo aéreo ganho pelo checo durante toda a partida.

Juntamente com Jarrod Bowen, Tomas Soucek conseguiu pelo menos cinco toques na área adversária, mas os problemas ofensivos do West Ham ficaram evidentes: apenas Lucas Paquetá (3) e Niclas Füllkrug (1) foram os outros jogadores a conseguir tocar na bola dentro da área dos Wolves.
Um desses três toques do brasileiro resultou num golo impressionante de cabeça, após um cruzamento preciso de Bowen, pouco depois da hora de jogo. O golo surgiu contra a corrente do encontro, numa altura em que os anfitriões tinham somado seis remates à baliza entre os dois golos dos Hammers.
Jorgen Strand Larsen mudou o jogo
A partir daí, os Hammers pareciam ter o caminho aberto para garantir a vitória, mas o Wolves respondeu com um bombardeamento constante. A equipa da casa somou 15 remates dentro da área do West Ham, contra apenas seis dos londrinos, além de 29 toques na área (mais do dobro do adversário) e 25 cruzamentos. Com tanta pressão, o golo dos anfitriões parecia inevitável.
As jogadas diretas de Jhon Arias e Hwang Hee-Chan continuaram a criar dificuldades à equipa de Graham Potter, e quando Vítor Pereira lançou quatro suplentes a 18 minutos do fim, estes tiveram impacto imediato e mantiveram o Wolves em busca do empate.
O Wolves dominava a partida, com 67,2% de posse de bola nos 15 minutos anteriores, e o golo do empate acabou por surgir de forma natural: apenas nove minutos depois de entrar em campo, Jorgen Strand Larsen aproveitou uma defesa incompleta de Alphonse Areola para fazer o 1-1.
Apenas dois minutos depois, o avançado voltou a marcar, assinando a reviravolta e registando um feito histórico: foi a primeira vez que o Wolves marcou três golos num jogo desde 29 de agosto de 2023, na goleada por 5-0 ao Blackpool.
Por outro lado, o dado preocupa os Hammers: foi o 11.º golo sofrido em apenas três jogos oficiais nesta temporada, um sinal claro das fragilidades defensivas da equipa de Graham Potter.
O confronto de Bowen com os adeptos é sintomático da situação difícil do West Ham
Na conferência de imprensa após o jogo, Graham Potter tentou manter um tom positivo e sugeriu que todos deveriam “olhar para os aspetos positivos”. No entanto, os números pouco ajudam a sua narrativa: as únicas estatísticas que caíram a favor dos Hammers foram o facto de terem realizado dois passes a mais do que os anfitriões (452 contra 450) e de registarem uma percentagem ligeiramente superior de dribles bem-sucedidos (66,7%). No contexto geral, esses dados foram irrelevantes.
Potter comentou ainda a troca de palavras entre Jarrod Bowen e alguns adeptos irritados no final da partida. O capitão chegou mesmo a dirigir-se ao setor visitante para confrontar os fãs, mas acabou contido por Tomas Soucek e pela equipa de segurança, evitando que o episódio ganhasse proporções maiores.
Em suma, foi mais uma noite frustrante para os londrinos. Com o duelo frente ao Nottingham Forest na próxima jornada, cresce a pressão sobre o treinador: uma nova derrota poderá significar a dispensa de Potter durante a pausa internacional.
