Ratcliffe comprou uma participação minoritária no Mancherster United há um ano, mas tem atraído a ira dos adeptos à medida que a sorte continua a desaparecer no campo, ao mesmo tempo que aumentou os preços dos bilhetes e fez cortes drásticos no pessoal do clube.
O bilionário britânico ainda não foi alvo do mesmo nível de reacções que a família Glazer, que é proprietária do clube desde uma controversa aquisição em 2005.
Os protestos contra os americanos são comuns em Old Trafford e Ratcliffe disse que mal tinha visto os Glazers desde que comprou uma participação de 29% no United por 1,3 mil milhões de libras.
"Posso aguentar isso durante algum tempo", disse Ratcliffe ao Sunday Times: "Não me importo de ser impopular porque percebo que ninguém gosta de ver o Manchester United na situação em que está e ninguém gosta das decisões que temos de tomar neste momento. Se eu atrair um pouco da ira, posso suportar isso. Mas não sou diferente de uma pessoa comum. Não é agradável, sobretudo para os amigos e a família. Por isso, se a situação chegasse ao ponto em que a família Glazer foi maltratada, eu teria de dizer: 'Já chega, malta, deixem outra pessoa fazer isto'.
As esperanças de que a chegada de Ratcliffe pudesse anunciar uma nova era de sucesso para o United não se concretizaram até agora.
A decisão de renovar o contrato com o antigo treinador Erik ten Hag no final da última época, antes de o despedir em outubro, e a rápida saída do diretor desportivo Dan Ashworth revelaram-se erros dispendiosos. Ruben Amorim tem-se esforçado por introduzir melhorias tangíveis desde que substituiu Ten Hag, com o United a definhar nos lugares mais baixos da tabela da Premier League.
Ratcliffe também irritou os jogadores do United esta semana com comentários de que alguns deles são "pagos em excesso" e "não são suficientemente bons".
No início desta semana, o clube revelou planos para um novo estádio com capacidade para 100.000 pessoas, com um custo estimado em 2 mil milhões de libras.
Um projeto ambicioso espera concluir a construção do estádio dentro de cinco anos, mas Ratcliffe disse que não ficaria por aqui se os abusos que lhe são dirigidos se agravassem durante um período prolongado.
"Os Glazers não podem vir a um jogo. Agora estão um pouco na sombra, por isso sou eu que estou a levar com tudo", acrescentou: "Comprámos o clube e nunca mais os vi. É um 'obrigado, Jim, estás a fazer um bom trabalho'. De momento, não tenho segurança, não tenho de andar por aí assim. Mas o objetivo não seria esse, pois não? Não se poderia tolerar isso a esse nível, não seria divertido."