Papel no Manchester United: "Por um lado, foi ótimo porque estava no melhor clube do mundo. Além disso, penso que foi numa altura em que o Manchester United tinha provavelmente a melhor equipa da história. Por outro lado, fui suplente pela primeira vez na minha carreira, o que não foi totalmente gratificante. Fui sempre segunda ou terceira opção, porque o David Beckham jogava na minha posição. No entanto, quando chegou o dia em que festejámos o título na época 1996/97, foi fantástico e, claro, grande."
Troféu de Inglaterra: "Fiquei surpreendido com o peso da coisa. O que foi ainda mais interessante na altura foi o facto de a coroa, que é toda para cima, ser apenas uma coroa de encaixe, e não uma coroa de rosca como é hoje. Quando Phil Neville a estava a levantar acima da cabeça, a coroa caiu-lhe em cima da cabeça, arrancou-a e saiu sangue. Claro que na altura nos rimos muito com isso".
Comemorações do título: "Recebemos o troféu no relvado, demos algumas voltas ao estádio com ele, depois lembro-me de um momento no balneário. Tiramos fotos com ele, mas depois ele desapareceu nas entranhas de Old Trafford, e a diretoria provavelmente sabia muito bem por quê. As comemorações da Inglaterra são intermináveis, e às vezes eles não sabiam bem a medida, então provavelmente a razão prevaleceu. É diferente, por exemplo, da Taça Stanley, em que não pudemos levar o troféu para casa, ou de algumas das maiores celebrações."
Eric Cantona: "Era o nosso capitão e líder. A gola levantada na camisola é um ícone, não sei como o fez, talvez tivesse um suporte de metal, porque a levantou no balneário antes do jogo e durou até a tirar depois do jogo. É um tipo muito carismático, faz muitas acções de caridade, vive agora em Lisboa. Era mais introvertido, quase não se sabia que ele estava no balneário, passava muito tempo a tocar trompete, o que o acalmava. Foi um dos primeiros que veio ter comigo a dizer que, se eu precisasse de alguma coisa, devia ir ter com ele."
Premier League: "Penso que o relvado, à primeira vista, melhorou incrivelmente. Joguei em Inglaterra quando, na altura do Natal, tínhamos lama até aos tornozelos, agora são quase mesas de bilhar. Há muito mais tecnologia no futebol, só falta os jogadores terem alguns chips debaixo da pele. É tudo uma questão de dados, no nosso tempo era tudo uma questão de futebol. Por exemplo, só vi o United treinar cantos uma vez antes de um jogo contra a Juventus, contra a qual acabámos por perder. Normalmente, Ferguson limitava-se a dizer no balneário, antes dos jogos, que íamos jogar da mesma forma que da última vez e que devíamos procurar ganhar."