Este novo limite salarial implica que os clubes apenas possam gastar 85% das suas receitas em salários e em comissões e agentes, uma medida que, segundo a Liga inglesa, “tem como intenção promover igualdade de oportunidades aos clubes”, aproximando o sistema financeiro da Premier League ao da UEFA, que permite apenas 70% de gastos.
Os clubes da Liga inglesa também aprovaram a lei de sustentabilidade a curto e longo prazo, que mede a capacidade dos clubes fazerem frente a compromissos económicos a curto e longo prazo.
Se estas duas medidas foram aprovadas por unanimidade, o limite de gastos apenas foi votado favoravelmente por sete clubes, acabando por ser chumbado.
Este limite de gastos previa que os clubes apenas podiam gastar no plantel cinco vezes o que o último classificado recebe de direitos televisivos e prémios, o que, relativamente à temporada 2023/24, faria com que os clubes apenas pudessem gastar 500 milhões de libras (cerca de 630 milhões de euros).
Estas medidas não foram bem recebidas por todos os agentes desportivos, com a associação de jogadores (PFA) a ameaçar com processos judiciais, caso os futebolistas não sejam ouvidos numa proposta que pode limitar o que podem receber.
“Temos uma tendência no futebol de pensar que estamos acima da lei, mas o futebol não está, e a realidade é que não se pode limitar a capacidade de alguém ganhar a vida”, disse o presidente da PFA, Maheta Molango, que diz que “há formas de chegar a acordos em torno da sustentabilidade financeira, mas não pode ser imposta de forma unilateral”.
Algumas das mais importantes sociedades de advocacia do Reino Unido consideraram que estas novas regras são contra a lei de livre concorrência do país e seria “um abuso de posição de poder da Liga”, além de que “limitar artificialmente a capacidade de gastos” dos clubes seria uma “restrição ilegal do comércio”.
