Arsenal 1-2 Bournemouth
Embora os jogadores de Mikel Arteta pudessem ser perdoados por estarem com um olho na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões contra o Paris Saint-Germain, marcada para quarta-feira, não se podiam dar ao luxo de facilitar, com a qualificação para o top cinco ainda por assegurar.

Declan Rice, que somava a 100.ª aparição pelo Arsenal, teve a primeira oportunidade da equipa, com um remate cruzado que passou ao lado, após uma bela combinação entre Martin Odegaard e Gabriel Martinelli. Pouco depois, voltou a atirar ao lado, desta vez assistido por Martinelli, numa altura em que os anfitriões começavam a encontrar o seu ritmo.
No entanto, a oportunidade mais clara dos primeiros 25 minutos pertenceu aos Cherries, com Evanilson a cabecear com força por cima da barra, na sequência de um cruzamento de Milos Kerkez.
Martinelli continuava a causar muitos problemas pela ala esquerda e cruzou com precisão para Leandro Trossard, cujo cabeceamento em arco foi defendido por Kepa Arrizabalaga, mas foi Declan Rice quem desbloqueou o marcador, ao receber um passe em profundidade de Odegaard, contornar Kepa e finalizar com frieza para a baliza deserta. A equipa de Arteta, porém, mostrava fragilidades defensivas, e um remate de longe de Evanilson que passou muito perto da baliza — depois de David Raya ter sido apanhado fora dos postes — lembrou o perigo constante dos visitantes.
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O Arsenal entrou com tudo na segunda parte em busca do segundo golo, com Bukayo Saka em grande destaque. O extremo inglês foi brilhantemente servido por Myles Lewis-Skelly, cortou para dentro com o pé direito e rematou, mas a bola passou ao lado do poste mais distante. Apesar da pressão dos Gunners, os homens de Andoni Iraola empataram aos 67 minutos com um golo de enorme simplicidade. Antoine Semenyo, que tinha acabado de entrar, lançou um longo lançamento de linha lateral na direção de Dean Huijsen, cujo cabeceamento subtil bateu Raya.
Mas os Cherries não ficaram por aí, e Evanilson gelou o Emirates com uma finalização pouco ortodoxa ao segundo poste, após um desvio de cabeça de Marcus Tavernier, na sequência de um canto cobrado por Alex Scott. O golo foi alvo de uma longa verificação do VAR por possível fora de jogo e mão na bola, mas acabou por ser validado, apesar das repetições sugerirem que a bola tocou no braço do avançado antes de entrar.
A equipa de Iraola segurou o resultado e conquistou a primeira vitória de sempre no terreno do Arsenal, subindo ao oitavo lugar da tabela e alimentando o sonho de uma inédita qualificação europeia. Já o Arsenal sofreu a segunda derrota consecutiva em casa em todas as competições — algo que não acontecia há 16 meses — e vê agora o segundo lugar em risco, podendo ser arrastado para a luta pelo top cinco.

Everton 2-2 Ipswich
Os encontros em Goodison Park estão a esgotar-se para o Everton – este foi o penúltimo jogo no histórico estádio. Terminar em alta era o principal objetivo dos Toffees para o resto da temporada, e defrontar um Ipswich já praticamente condenado ao Championship parecia o cenário ideal para isso. Apesar de dominarem nos primeiros minutos, o golo teimava em não aparecer. O alívio chegou a meio da primeira parte, quando um cruzamento de Carlos Alcaraz encontrou Beto no segundo poste, que cabeceou com força para o fundo da baliza.

O Everton ganhou confiança e, pouco depois, chegou ao segundo. Este foi ainda melhor: Dwight McNeil cortou para dentro vindo da direita e desferiu um potente remate de pé esquerdo ao canto inferior, sem hipótese para Alex Palmer. No entanto, apesar do bom desempenho, os anfitriões viram-se surpreendidos de forma inacreditável. Julio Enciso, habituado a marcar golos candidatos ao prémio de melhor da época na Premier League, fez mais uma obra-prima com um remate de 30 metros direto ao ângulo superior direito.
Enciso continuou a ser um pesadelo para o Everton durante toda a tarde e quase empatou logo após o intervalo. Talvez por alguma ganância, optou por rematar da entrada da área quando Omari Hutchinson parecia melhor posicionado, algo confirmado pelo facto de o seu remate ter ido diretamente para as mãos de Jordan Pickford. Hutchinson, porém, teve papel decisivo no empate, ao ultrapassar a defesa pela linha de fundo e cruzar para o segundo poste, onde George Hirst cabeceou para o canto inferior da baliza.
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Os Toffees ficaram em choque após o empate, e os adeptos do Ipswich que viajaram até Liverpool terão ficado a pensar onde estava esta garra nos meses anteriores, quando ainda lutavam pela permanência. A equipa de Kieran McKenna terminou a partida por cima, mas não conseguiu transformar esse domínio num golo da vitória, acabando por se contentar com o empate — o seu 15.º ponto fora de casa esta temporada, em contraste com apenas sete como anfitriões. O empate pouco ajuda o Everton, que agora deposita todas as esperanças na despedida de Goodison frente ao Southampton, dentro de duas semanas.

Aston Villa 1-0 Fulham

Tem sido uma sequência difícil para o Villa, com eliminações nos quartos-de-final da Liga dos Campeões e nas meias-finais da Taça de Inglaterra a ameaçar desestabilizar a sua temporada. A derrota nos minutos finais contra o Manchester City na Premier League na última jornada deixou-lhes trabalho pela frente na luta pela qualificação para a Champions, o que tornou imperativo somar os três pontos neste jogo. O Fulham, por sua vez, também precisava da vitória para fortalecer as suas aspirações a futebol europeu, o que tornou os primeiros 45 minutos da partida um verdadeiro duelo de ritmo acelerado no Midlands.
As oportunidades claras de golo foram escassas, mas o Villa aproveitou da melhor forma a sua única grande chance para chegar ao intervalo em vantagem. Pouco antes do quarto de hora, Youri Tielemans foi o mais alto no momento de cabecear o canto de John McGinn, fazendo a bola passar por Bernd Leno, que apesar de tocar nela, não conseguiu evitar o golo. Tielemans esteve a centímetros de aumentar a vantagem pouco antes do intervalo, enquanto a defesa relativamente fácil de Emiliano Martínez ao remate de Alex Iwobi foi a maior ameaça do Fulham à baliza adversária.
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Na segunda parte, surgiram mais oportunidades para ambas as equipas. O Fulham até pensou ter empatado, quando Ryan Sessegnon marcou de dentro da área, mas o golo foi anulado devido a um toque de mão na jogada anterior. Harry Wilson teve uma excelente chance para os homens de Marco Silva, mas não conseguiu elevar a bola por cima de Martínez. O internacional galês foi, provavelmente, o jogador mais perigoso do segundo tempo, embora pudesse ter feito melhor ao cabecear uma bola livre directamente para as mãos do guarda-redes adversário. Na outra baliza, um grande pé de Leno evitou o remate rasteiro de Ollie Watkins, mantendo o jogo equilibrado.

O Fulham continuou à procura do empate, com Marco Silva a lançar Adama Traoré, entre outros, para dar mais ímpeto à sua equipa. No entanto, o Villa manteve-se firme e garantiu a vitória, que o coloca em igualdade pontual com o Chelsea no quinto lugar, embora tenha disputado um jogo a mais. O Villa poderia até ter ampliado a vantagem quando o remate tardio de Donyell Malen bateu no travessão. Já as ambições do Fulham em alcançar a Europa sofreram um forte revés, com os resultados noutras partidas deste fim de semana a poderem colocar a equipa na metade inferior da tabela.