Recorde as incidências do encontro
Forte com os fortes e fraco, muito fraco, com os fracos. Tem sido assim a vida do Manchester United sob o comando de Ruben Amorim. Depois de empatar com o Liverpool e eliminar o Arsenal da Taça de Inglaterra, o técnico português disse que o jogo com o Southampton ia permitir perceber que equipa tem em mãos. No final da partida, o antigo treinador do Sporting deverá ter entendido que o trabalho que tem pela frente é bem mais difícil do que o esperado.

Lanterna vermelha... para o United
Depois de dois jogos que deviam moralizar a equipa para uma segunda metade de temporada mais positiva, nada melhor do que receber, em Old Trafford, o lanterna vermelha e frágil Southampton, que parecia virtualmente despromovido antes desta partida. No entanto, o que aconteceu foi exatamente o oposto.
Mateus Fernandes, que Amorim conhece bem e deixou sair para o Southampton, deu espetáculo e superiorizou-se a Bruno Fernandes, como, aliás, fizeram praticamente todos os jogadores do Southampton sobre os seus adversários diretos, nomeadamente Sulemana, que deixou Leny Yoro nas covas em mais do que uma ocasião.

Onana foi o único a ter uma exibição positiva nos Red Devils e negou o golo a Mateus Fernandes depois de já ter feito uma grande intervenção no remate que antecedeu a ocasião do médio português.
Porém, os 45 minutos terríveis do United - a única ocasião pertenceu a Garnacho - foram penalizados com um autogolo de Manuel Ugarte (43') na sequência de um pontapé de canto. Mais um em Old Trafford.
Ao intervalo, numa demonstração das armas que Amorim (não) tem tido em Old Trafford (Rashford voltou a ficar fora dos convocados), o técnico português apostou em Antony para tentar dar a volta à situação. O internacional brasileiro não marca na Premier League desde 27 de abril e pode marcar uma cruz no dia 16 de janeiro, depois de desperdiçar uma ocasião claríssima criada por Garnacho, com um desvio diretamente para as mãos de Ramsdale, que estava batido.

Ressalto para a reação
Após uma boa entrada, o Manchester United voltou a cair num estado de depressão do qual só Onana ia conseguindo manter-se afastado. Amorim tirou Ugarte e Hojlund, que saíram visivelmente insatisfeitos, mas tiveram, como toda a equipa, um jogo para esquecer, e a verdade é que o United acabou por voltar a subir de rendimento.

Depois de Ramsdale negar a Bruno Fernandes a melhor ocasião em alguns minutos, o Manchester United foi finalmente feliz quando Diallo (82') ganhou um ressalto para bater o guarda-redes inglês e despertar as bancadas de Old Trafford.
Fergie e Diallo time
E as bancadas de Manchester foram mesmo determinantes para uma reviravolta que durante muito tempo pareceu impensável. Ruben Amorim lançou Eriksen depois do empate e o dinamarquês encontrou Diallo, sem dúvida o jogador que mais tem aproveitado a chegada do treinador português.
Poucos dias depois de renovar com os Red Devils, o extremo, que já tinha sido herói contra o Manchester City, apareceu na grande área e, com um remate de primeira, salvou Amorim e companhia de mais uma humilhação, com o 2-1 aos 90 minutos.
O extremo ainda foi a tempo para chegar ao primeiro hat-trick da carreira (90'+2), aproveitando um erro da defesa do Southamtpon, para consumar o triunfo e o estatuto de salvador da equipa de Old Trafford.