Lidar com a imprensa: “Não estou farto, se tivéssemos tido outros resultados seria mais fácil falar. Mas faz parte do trabalho e aqui estou eu”.
Balanço: “Eu já sabia que ia ser muito difícil, mas é um mundo completamente diferente. Muitos altos e baixos, as vezes parece que damos um passo em frente, dois para trás, depois outro para trás e três para a frente. Tem sido um pouco isso, pouco tempo para treinar, mas isso já sabíamos. Queremos passara tanta informação aos jogadores, temos de preparar o próximo jogo e não trabalhar o último. São desafios e aprende-se muito. Até nas pequenas coisas, nas bolas paradas, a forma como os plantéis são construídos, as táticas que se usa. É algo que num mês se retira muita informação e como treinador tenho aprendido bastante”.
Desafio: “Nós não tivemos quase tempo nenhum. Estamos focados em ganhar jogos, porque temos de ganhar jogos e principalmente aqui a pressão é muito grande. Estamos num momento difícil, mas independentemente do contexto esperam que se ganham todos os jogos. Entre o passar informação e o receber informação tem sido um grande desafio. E ter de preparar os jogos com diferentes estratégias. As vezes temos de ser tão simples, que não é a melhor estratégia, mas temos de perceber que é a que eles estão preparados”.
Rotação: “Estamos habituado a uma coisa e depois quando chegamos a outro clube ainda não há aquele trabalho de base e as mudanças nem sempre ajuda. Os jogos são tão seguidos que é impossível. Temos jogadores que recuperaram de lesão e é impossível que eles façam dois jogos seguidos, porque vão quebrar e depois o outro tem uma sobrecarga. O plantel foi feito para outro estilo de jogo, outro sistema e há jogadores sozinhos numa posição e temos de ir descobrindo outros. É difícil encontrar um onze quando ainda não conhecemos os jogadores. Falta a base. É um equilíbrio difícil, que estamos a tentar e a ganhar jogos, torna tudo mais complicado. Mas no mês o que crescemos é muito importante. É a confiança e entusiasmo de pensar no próximo jogo e como a equipa se vai comportar”.

Experiência de Premier League na equipa técnica: “Não, não tínhamos. Ficámos com o Darren Fletcher e com o Andreas Georgson que veio do Brentford para isso das bolas paradas. Nós seguimos, mas é diferente quando estamos aqui. Há detalhes na preparação dos plantéis, na forma como jogam, a influência que o vento tem, o contexto, a pressão, a forma como um jogador do Manchester United tem de ser imune à pressão. Eu ando sempre com o mesmo staff e aprendemos todos juntos ao mesmo tempo”.
Ruben Amorim treinador vs jogador: “Eu separo melhor as coisas, sei o meu papel, o que fazer em determinadas situações. Não sou assim tão diferente. Não podemos ter uma liderança diferente da pessoa que somos, caso contrário vamos cansar-nos um dia e vai soar tudo um bocadinho a falso. Eu tento manter-me fiel a mim mesmo. Acho que nasci com a capacidade de ser simples na mensagem, mas assertivo. Já treinei ex-colegas e tive que tomar decisões difíceis e isso tornou-se fácil, faço-o sem qualquer problema. É o meu trabalho, não confundo as coisas”.
Treinadores portugueses na Premier League: “Revela a qualidade do treinador português, porque nos adaptamos bem. Não jogamos sempre da mesma maneira, é uma qualidade e que temos, uma formação muito diversificada. Tanto treinamos equipas grandes, como menos grandes, em ataque organizado ou transições. Quando jogámos com o Nuno Espírito Santo (Nottingham) percebes a experiência que ele tem, o Marco Silva (Fulham) está a fazer um trabalho extraordinário, o Vítor Pereira (Wolverhampton) andou por outros lados, mas eu lembro-me bem que só perdeu um jogo na Liga (com o FC Porto)”.
Natal em Inglaterra: “Com ninguém, vou ficar a trabalhar e prefiro que os meus filhos tenham o Natal em Portugal, o último dos próximos anos. Já vão mudar tanta coisa. Eu vou ficar a trabalhar no jogo de 26 (contra o Wolves), não há problema nenhum, faço um Facetime e fico bem, quero que eles se divirtam”.