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Ruben Amorim: "Já sabia que ia ser muito difícil, mas tenho aprendido bastante"

Ruben Amorim chegou ao Manchester United há pouco mais de um mês
Ruben Amorim chegou ao Manchester United há pouco mais de um mêsManchester United
Em entrevista ao programa The Premier Pub, da DAZN, Ruben Amorim falou sobre a experiência no Manchester United e revelou que passou o Natal sozinho em Inglaterra.

Lidar com a imprensa: “Não estou farto, se tivéssemos tido outros resultados seria mais fácil falar. Mas faz parte do trabalho e aqui estou eu”.

Balanço: “Eu já sabia que ia ser muito difícil, mas é um mundo completamente diferente. Muitos altos e baixos, as vezes parece que damos um passo em frente, dois para trás, depois outro para trás e três para a frente. Tem sido um pouco isso, pouco tempo para treinar, mas isso já sabíamos. Queremos passara tanta informação aos jogadores, temos de preparar o próximo jogo e não trabalhar o último. São desafios e aprende-se muito. Até nas pequenas coisas, nas bolas paradas, a forma como os plantéis são construídos, as táticas que se usa. É algo que num mês se retira muita informação e como treinador tenho aprendido bastante”.

Desafio: “Nós não tivemos quase tempo nenhum. Estamos focados em ganhar jogos, porque temos de ganhar jogos e principalmente aqui a pressão é muito grande. Estamos num momento difícil, mas independentemente do contexto esperam que se ganham todos os jogos. Entre o passar informação e o receber informação tem sido um grande desafio. E ter de preparar os jogos com diferentes estratégias. As vezes temos de ser tão simples, que não é a melhor estratégia, mas temos de perceber que é a que eles estão preparados”.

Rotação: “Estamos habituado a uma coisa e depois quando chegamos a outro clube ainda não há aquele trabalho de base e as mudanças nem sempre ajuda. Os jogos são tão seguidos que é impossível. Temos jogadores que recuperaram de lesão e é impossível que eles façam dois jogos seguidos, porque vão quebrar e depois o outro tem uma sobrecarga. O plantel foi feito para outro estilo de jogo, outro sistema e há jogadores sozinhos numa posição e temos de ir descobrindo outros. É difícil encontrar um onze quando ainda não conhecemos os jogadores. Falta a base. É um equilíbrio difícil, que estamos a tentar e a ganhar jogos, torna tudo mais complicado. Mas no mês o que crescemos é muito importante. É a confiança e entusiasmo de pensar no próximo jogo e como a equipa se vai comportar”.

Os últimos jogos do Manchester United
Os últimos jogos do Manchester UnitedFlashscore

Experiência de Premier League na equipa técnica: “Não, não tínhamos. Ficámos com o Darren Fletcher e com o Andreas Georgson que veio do Brentford para isso das bolas paradas. Nós seguimos, mas é diferente quando estamos aqui. Há detalhes na preparação dos plantéis, na forma como jogam, a influência que o vento tem, o contexto, a pressão, a forma como um jogador do Manchester United tem de ser imune à pressão. Eu ando sempre com o mesmo staff e aprendemos todos juntos ao mesmo tempo”.

Ruben Amorim treinador vs jogador: “Eu separo melhor as coisas, sei o meu papel, o que fazer em determinadas situações. Não sou assim tão diferente. Não podemos ter uma liderança diferente da pessoa que somos, caso contrário vamos cansar-nos um dia e vai soar tudo um bocadinho a falso. Eu tento manter-me fiel a mim mesmo. Acho que nasci com a capacidade de ser simples na mensagem, mas assertivo. Já treinei ex-colegas e tive que tomar decisões difíceis e isso tornou-se fácil, faço-o sem qualquer problema. É o meu trabalho, não confundo as coisas”.

Treinadores portugueses na Premier League: “Revela a qualidade do treinador português, porque nos adaptamos bem. Não jogamos sempre da mesma maneira, é uma qualidade e que temos, uma formação muito diversificada. Tanto treinamos equipas grandes, como menos grandes, em ataque organizado ou transições. Quando jogámos com o Nuno Espírito Santo (Nottingham) percebes a experiência que ele tem, o Marco Silva (Fulham) está a fazer um trabalho extraordinário, o Vítor Pereira (Wolverhampton) andou por outros lados, mas eu lembro-me bem que só perdeu um jogo na Liga (com o FC Porto)”.

Natal em Inglaterra: “Com ninguém, vou ficar a trabalhar e prefiro que os meus filhos tenham o Natal em Portugal, o último dos próximos anos. Já vão mudar tanta coisa. Eu vou ficar a trabalhar no jogo de 26 (contra o Wolves), não há problema nenhum, faço um Facetime e fico bem, quero que eles se divirtam”.