Os Red Devils estão a recuperar da sua pior campanha na primeira divisão em 51 anos, tendo terminado em 15.º lugar na Premier League e caído na final da Liga Europa, ao perderem por 1-0 com o Tottenham. Muitos têm questionado a forma como o clube tem sido gerido nos últimos anos, desde a base até ao topo, especialmente no mercado de transferências, onde centenas de milhões foram gastos com muito pouco retorno.
O United gastou mais de 1,5 mil milhões de eurps em jogadores na era pós-Sir Alex Ferguson e Sheringham falou recentemente sobre as razões do fracasso do clube e sobre os aspectos que precisam de ser melhorados.
"Penso que o United tem vindo a valorizar as coisas erradas nos jogadores desde há muito tempo", afirmou Sheringha: "Sir Alex Ferguson sempre identificou as qualidades mais profundas dos jogadores. Sempre que um jogador com um grande potencial estava disponível, o United e Ferguson estavam interessados nele. Penso em jogadores como Gary Pallister, Roy Keane, Wayne Rooney, Rio Ferdinand e outros. Eram grandes jogadores antes do United e queriam assinar pelo United porque sabiam o que o treinador podia fazer para os transformar em jogadores de topo. Já não parece ser esse o caso. Cada vez mais jogadores percebem que a carreira será melhor se deixarem o United. Se conseguirmos grandes jogadores numa idade precoce e os levarmos até ao topo do seu jogo, isso constitui um exemplo que os outros jogadores querem seguir. Atualmente, não há líderes suficientes no Manchester United. E é exatamente aí que estão a falhar", atirou.
"Muitos jogadores como Antony, Jadon Sancho, Alejandro Garnacho e Scott McTominay deixaram ou estão a tentar deixar o clube para encontrar uma vida melhor noutro lugar". Em declarações ao Racing Tipster, Sheringham usou o internacional escocês como um exemplo de onde o United falhou e sugere que o clube poderia ter aproveitado melhor as suas qualidades.
"Mas vejamos a sua atitude, as suas qualidades de liderança, a forma como joga e a maneira como se comporta. Penso que estas qualidades eram óbvias para o United e para a Escócia. Sempre que ele vestia a camisola da Escócia, via-se que era um líder - e os adeptos do United adoravam-no. Ele tem a mentalidade britânica, sabe e compreende o que significa jogar no United, representar o seu país e tudo isso. O problema do que o United fez, para mim, é que é preciso ler os sinais. Deviam ter avaliado as suas qualidades de liderança e tudo o que ele trazia para a mesa. Compreendo que ser o melhor jogador do ano em Itália na época passada é fenomenal. Mas havia sinais de que ele era capaz de o fazer. É exatamente o que tem faltado ao United neste momento. Ele dá o exemplo, e é assim que os clubes de futebol se tornam melhores e mais fortes."