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Os Spurs estão em 12º lugar na Premier League a meio da temporada, com uma enorme lista de lesões a dizimar o plantel de Ange Postecoglou. Com apenas uma vitória em oito jogos no campeonato, vêm de duas vitórias consecutivas antes de se deslocarem ao Estádio Emirates - uma contra o Liverpool na Taça da Liga e um triunfo na Taça de Inglaterra, sobre os amadores do Tamworth, após prolongamento.
Estes resultados ilustram bem a natureza inconsistente da época do Tottenham, enquanto o Arsenal corre o risco de ver a sua desmoronar completamente depois de uma semana difícil. Os gunners foram derrotados por 0-2, em casa, pelo Newcastle na primeira mão da meia-final da Taça da Liga, antes de serem eliminados da Taça de Inglaterra nos penáltis pelo Manchester United, que esteve reduzido a 10 homens durante quase uma hora.
A equipa de Mikel Arteta continua em segundo lugar na Premier League e é favorita antes da receção aos Spurs, mas pode haver motivos para algum otimismo de que os visitantes possam prejudicar as ambições de título dos anfitriões.
O impacto imediato de Kinsky
Uma das principais ausências do Tottenham é a do guarda-redes titular Guglielmo Vicario. O internacional italiano tem estado a recuperar a forma física depois de ter fraturado o tornozelo em novembro, permitindo que o seu suplente, Fraser Forster, assumisse a titularidade. O desempenho foi irregular, mas até ele ficou de fora de um jogo por doença, o que obrigou os Spurs a lançarem Brandon Austin, a terceira escolha.
Os Spurs contrataram a estrela checa Antonin Kinsky, que entrou em ação na vitória por 1-0 sobre o Liverpool na meia-final da Taça da Liga. O jogador de 21 anos fez uma boa exibição, mostrando um excelente toque de bola e presença em lances de bola parada, o que também aconteceu no jogo sem sofrer golos contra o Tamworth.
Ainda é cedo, é claro, mas Kinsky já fez a sua declaração de intenções para assumir o lugar entre os postes. A forma como joga parece ter dado aos comandados de Postecoglou um pouco mais de tranquilidade na defesa, especialmente com uma retaguarda improvisada. Isso será uma necessidade num ambiente hostil no Emirates, onde os erros podem aparecer.
Solanke em alta
No lado oposto, Dominic Solanke também tem sido um dos principais jogadores do Tottenham. Chegou no verão, por 65 milhões de libras (mais de 70 milhões de euros), vindo do Bournemouth, depois de uma campanha de 21 golos pelos Cherries.
Os Spurs precisavam de alguém para preencher o vazio deixado por Harry Kane e, embora Solanke não seja desse género, tem vindo a deixar a sua marca. O jogador de 27 anos tem 11 golos e seis assistências em todas as competições, mas tem estado frequentemente envolvido no ataque, mesmo que isso não apareça nas estatísticas.
Grande parte do sucesso de Solanke deve-se à sua incansável pressão, que se encaixa perfeitamente no estilo de Postecoglou, mas também é alguém a ser procurado num estilo de jogo mais direto. Isso foi demonstrado na derrota por 2-1 para o Newcastle, quando cabeceou brilhantemente o cruzamento de Pedro Porro, e contra o Liverpool, quando foi ao encalce do passe longo do espanhol e assistiu Lucas Bergvall para o golo da vitória.
Os Spurs podem querer usar esse tipo de jogo de estratégia contra o Arsenal, que tem dois dos defesas mais imponentes da Premier League, William Saliba e Gabriel.
As preocupações do Arsenal
Enquanto os problemas do Tottenham têm sido bem documentados, o Arsenal não está numa forma particularmente estável, com as lesões a começarem a deixar a sua marca. Riccardo Calafiori surgiu como uma nova preocupação, depois de se juntar aos defesas Ben White e Takehiro Tomiyasu, mas é no ataque que os problemas estão a aumentar.
Bukayo Saka é o maior problema, já que está fora há quase um mês. O seu substituto, Ethan Nwaneri, também é ausência, e a situação é ainda mais agravada pela provável ausência de Gabriel Jesus até o final da temporada devido a uma lesão no joelho.
Além disso, a atual fornada de avançados à disposição de Arteta não tem conseguido aproveitar as oportunidades - um problema que ficou patente nas duas últimas partidas. O Arsenal teve um número de golos esperados (xG) superior a 3,0 na derrota com o Newcastle, na Taça da Liga, mas não conseguiu marcar, e Kai Havertz foi culpado de desperdiçar oportunidades de ouro contra o Manchester United, no domingo.
O Tottenham tem passado por maus bocados no Emirates desde que o Arsenal se mudou para lá em 2006, com apenas uma vitória, há 14 anos, mas pode surpreender. Postecoglou não se importa com o que está a acontecer do outro lado da cerca, mas os últimos acontecimentos mostram que o Arsenal pode ser derrotado se as peças se encaixarem.