Quando a trágica notícia foi divulgada na quinta-feira de manhã, eu, tal como milhões de adeptos do Liverpool em todo o mundo, senti-me entorpecido, rezando para que não fosse verdade.
À medida que mais e mais meios de comunicação social confirmavam a história e várias mensagens de colegas e amigos chegavam ao meu telemóvel, a dura realidade da situação tornou-se clara. Rapidamente se confirmou que Jota, de 28 anos, juntamente com o irmão mais novo André Silva, de 25, tinham perdido a vida num acidente de viação em Espanha, por volta das 00:30.
O futebol realmente perde importância em dias como este, ainda para mais quando Jota se casou há menos de uma semana com a sua companheira de longa data, Rute Cardoso, com quem tinha três filhos pequenos. É quase impossível compreender este tipo de desgosto.
Num comunicado divulgado pelo Liverpool, o clube disse estar "devastado" com a notícia e apelou à privacidade da família, amigos e colegas de equipa de Diogo e André, enquanto estes lidam com uma "perda inimaginável".
Desde então, têm-se multiplicado as homenagens ao avançado português, com antigos colegas de equipa, treinadores e clubes a prestarem as suas condolências, incluindo Cristiano Ronaldo, Jurgen Klopp e Darwin Nunez.
Transferido do Wolverhampton Wanderers para o Liverpool em 2020, Jota desempenhou um papel fundamental no sucesso dos Reds, estabelecendo-se firmemente como um favorito dos adeptos nos últimos cinco anos.
Entre vários atributos que se revelaram inestimáveis para a equipa, foi a sua tenacidade com e sem bola, bem como o seu instinto goleador dentro da área, que imediatamente captaram a minha atenção durante a campanha de 2020/21.
Tentar entrar num trio ofensivo com Mohamed Salah, Sadio Mane e Roberto Firmino não foi um feito fácil, mas Jota conseguiu fazê-lo de forma espetacular poucos meses depois da sua chegada a Merseyside.
Adorado pelos colegas de equipa, adorado pelos adeptos, Jota continuou a florescer sob o comando de Jurgen Klopp, marcando 21 golos na época 2021/22, quando o Liverpool assegurou uma dobradinha doméstica, ficando por pouco de alcançar um histórico quadruplo.
O seu talento para marcar em grandes jogos só aumentou a sua importância para a equipa, com golos cruciais contra Atlético de Madrid, Manchester United, Arsenal e Manchester City.
Desde marcar o primeiro golo da era Arne Slot, no dia de abertura da época 2024/25, até ao golo da vitória no dérbi de Merseyside, em abril, a contribuição de Jota para o clube manteve-se imensa nos últimos dois anos.
Além disso, a sua ligação aos adeptos e à cidade ficou bem patente no rescaldo dos festejos da conquista do título da Premier League pelo Liverpool frente ao Crystal Palace, quando o Kop lhe fez uma serenata com uma entoação arrebatadora do popular cântico "Better Than Figo Don't You Know".
É uma música que marcou muitas das minhas melhores recordações do Liverpool nos últimos anos, por isso esperemos que continue a ecoar por todo o mundo em homenagem a Jota.
O número 20 dos Reds desempenhou um papel fundamental na conquista do 20.º título do campeonato em Anfield e, por isso, ficarei eternamente grato.
O futebol perdeu um dos seus bons rapazes. Descansa em paz, Diogo.