O Atlético Nacional passou do êxtase de uma dobradinha mais do que merecida (venceu o Torneio Clausura e a Taça) para a construção de um novo processo. Efraín Juárez, um treinador desconhecido que chegou a Medellín para apagar o fogo provocado pelos incêndios de Pablo Repetto, assinou dois títulos que nos recordaram a importância da camisola do Verdolaga, uma instituição consolidada que, de longe, é a melhor equipa do futebol profissional colombiano, tanto pela sua importância a nível internacional como pela sua regularidade e hegemonia no futebol local.
Embora o Deportes Tolima tenha feito frente à equipa paisa - especialmente no jogo da segunda mão, onde esteve a um golo de empatar a eliminatória - não conseguiu superar um conjjunto de Antioquia que festejou em grande estilo um título conquistado com coragem, coração e a renovação de um sistema tático implementado pela equipa técnica.
"Na passada terça-feira, recebemos com surpresa a demissão irrevogável de Efraín Juárez. Lamentamos a sua decisão, que não partilhamos e consideramos precipitada. Durante a sua passagem pela instituição, a relação com Efraín foi sempre de respeito mútuo, admiração e apreço pessoal. Tendo em conta o apoio e suporte que recebeu desde o momento da sua contratação, consideramos que não foi a forma mais adequada de tomar a decisão", disse o Atlético Nacional nas suas redes sociais ao anunciar a saída do treinador.
Desentendimentos com a direção
O motivo que aparentemente levou ao fim do mandato de Juarez à frente do banco do Atlético Nacional teve a ver com alguns desentendimentos com a direção. De acordo com o treinador, houve uma aparente "falta de comunicação" em relação ao plantel, às contratações e à estrutura da equipa antes do exigente 2025, ano em que o clube verde vai disputar três torneios (Taça, Liga e Libertadores).
"Este assunto nunca teve a ver com questões económicas e agora estou desempregado. Em breve voltarei a reunir-me com a minha família em Barcelona. Gostaria que tivesse havido uma melhor comunicação", disse Juárez em suas redes.
A direção, apesar de ter tentado convencê-lo, não conseguiu manter o mexicano, que decidiu terminar a sua passagem pelo clube verde-rubra.
Números invejáveis
Juarez deixa o Atlético Nacional com as estatísticas a seu favor. O treinador venceu 67% dos jogos que comandou (14 vitórias, oito empates e cinco derrotas). Os títulos da Liga e da Taça garantiram-lhe o lugar no banco do Atlético Nacional. Os adeptos, por seu lado, estavam mais do que satisfeitos com o desempenho do clube nos últimos meses.