O Príncipe Abdullah, que ocupou o cargo entre 2014 e 2017 – antes da grande vaga de jogadores estrangeiros que transformou a Liga – alertou ainda que esta chegada em massa está a afastar o talento local e a pôr em risco o futuro da seleção nacional.
Numa entrevista ao programa Fi Al-Marama, da Al-Arabiya, Abdullah apelou a reformas urgentes para proteger os jogadores sauditas e garantir a competitividade antes do Mundial 2034, que será organizado pelo reino.
"Cristiano Ronaldo é o único estrangeiro que vale o que recebe, pelo impacto global que traz à Liga e ao país", afirmou sobre o avançado português, cujo salário anual é estimado em 211 milhões de dólares (182 milhões de euros) – cerca de 4 milhões por semana.
"Muitos outros recebem muito mais do que aquilo que realmente merecem", defendeu.

O Príncipe Abdullah referiu que os jogadores sauditas passaram a ser “figurantes” desde que o número de estrangeiros por equipa em dias de jogo subiu para oito, defendendo a redução para sete e mais investimento na formação de jovens.
"Neste momento, construir uma Liga forte está a ser feito à custa da seleção nacional", afirmou: "Precisamos de um plano claro para preparar 2034."
Defendeu ainda a contratação de treinadores de elite para os escalões de formação e alertou que, sem mudanças estruturais, os jogadores sauditas terão dificuldades em voltar a destacar-se.
O Príncipe Abdullah, cujas preocupações com a arbitragem durante o seu mandato levaram à nomeação do antigo árbitro inglês Howard Webb como diretor de arbitragem da Federação Saudita de Futebol, sugeriu também que os grandes jogos fossem agendados para as quintas-feiras, permitindo assim que árbitros de topo europeus possam dirigir esses encontros.
