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Armando Evangelista assume interesse saudita: "Houve contactos mas ainda não se reuniram as condições necessárias"

Armando Evangelista
Armando EvangelistaManuel Fernando Araújo/LUSA
Armando Evangelista, treinador português de 51 anos, concedeu uma entrevista ao jornal árabe "Al-Eqtisadiah", onde expressou o seu orgulho por ter contribuído para o desenvolvimento das capacidades do seu compatriota Otávio, atualmente jogador do Al Nassr, da Arábia Saudita.

Armando Evangelista treinou Otávio em 2015, quando este estava emprestado ao Vitória SC pelo FC Porto, para ganhar mais experiência. Na altura, Otávio tinha apenas 20 anos.

Otávio teve uma carreira fantástica em Portugal, graças ao seu papel no FC Porto e na seleção, e por isso o Al Nassr quis contratá-lo. A maior recompensa para mim é ter contribuído para o seu desenvolvimento. Quando o treinei, era ainda um jovem desconhecido, sem o destaque e brilho que tem hoje. Acompanho a sua carreira com muito orgulho e alegria, tal como faço com outros jogadores que treinei", explicou o treinador português.

Ao longo da minha carreira como treinador, ajudei a descobrir e desenvolver muitos jogadores e estrelas. Por exemplo, quando estava no Vitória SC, o Ricardo Pereira transferiu-se para o FC Porto por 1,6 milhões de euros e depois foi para o Leicester City; o Paulo Oliveira foi para o Sporting por 1,8 milhões de euros; o Hernâni para o FC Porto por 2,9 milhões; e o Bernard Mensah para o Atlético de Madrid por 11 milhões de euros. Já na minha passagem pelo Arouca, o Antony Alves foi vendido ao Portland Timbers por 3 milhões de euros; João Basso ao Santos por 2,5 milhões; André Silva ao Vitória SC por 3,5 milhões; Rafa Mújica ao Al-Sadd do Qatar por 10 milhões; Abouko ao Başakşehir por 2 milhões; e André Bukia ao Al-Fateh da Arábia Saudita por 700 mil euros", lembrou Armando Evangelista.

Na minha experiência mais recente com o Famalicão, o Zaydou foi para o Al-Fateh por 6 milhões de euros; Francisco Moura para o FC Porto por 5 milhões; Luíz Júnior para o Villarreal por 12 milhões; Jhonder Cádiz para o León do México por 3 milhões; e Puma Rodríguez para o Estrela Vermelha por 2 milhões de euros", acrescentou.

Como treinador, esforço-me para ser o melhor nos aspetos técnicos, mas nunca ignoro o lado financeiro. O futebol é uma arte, mas também um grande negócio. Com conhecimento técnico, tático, físico, mental e uma perspetiva financeira apurada, conseguimos gerar vendas e desenvolver carreiras. Ao longo do meu percurso, vivi muitas situações em que os clubes, por dificuldades financeiras, tiveram de vender jogadores importantes. Nesses momentos, é essencial saber descobrir e desenvolver novos talentos", explicou Armando Evangelista, antes de falar do campeonato saudita.

Esta liga atraiu uma elite de jogadores e treinadores, e naturalmente todos queremos estar entre os melhores. Ver o crescimento da liga saudita desperta em mim um grande desejo de participar e contribuir para o seu desenvolvimento. Houve contactos recentemente, mas ainda não se reuniram as condições necessárias", assumiu.