Regresso ao Benfica: "Nunca podemos idealizar, porque isto é o momento e eu também não pensei em vir agora para a Arábia, mas surgiu esta oportunidade, hoje estou aqui e não estou arrependido. Há três ou quatro anos, se calhar, não teria vindo. Idealizo jogar no Benfica, mas também sei que é um clube muito exigente e não quero ir sabendo que não estou bem fisicamente, quero ir sabendo que posso ajudar o clube. Não quero ir para lá acabar a carreira. Se for para o Benfica, quero ganhar títulos, é o clube do meu coração e da minha falecida mãe e sinto que também lhe devo isso. Jogar no Benfica agora... pode haver oportunidades, veremos no futuro e quando o meu contrato acabar".
Reencontro com Jorge Jesus no Al Hilal: “Ele tem uma personalidade muito vincada, tem um coração enorme e agora conheço-o de uma forma mais próxima. É um homem de ouro e estou muito grato por ele me ter trazido para aqui, é um grande treinador e agora vejo o grande treinador que é. Ele vê o futebol como eu o penso, de ataque, atrativo. A nossa equipa está com a bola a maior parte do tempo, faz muitos golos e defensivamente não estamos como queríamos estar, mas a forma como ele trabalha e a dedicaçao que tem faz-me levá-lo como exemplo”.
Mau perder: "Desde pequeno, tanto no futebol como na vida. Claro que a maturidade e a forma como cresci faz-me ver agora as coisas de outra maneira. Odeio perder, mas dantes era obcecado por ganhar. Quero sempre ganhar, mas sei que há mais pessoas que o querem. Já perdi muito no futebol e na vida e acho que isso faz parte da vivência, é algo que tenho de interiorizar e faço isso ao chegar a casa e ver as minhas filhas e a minha mulher feliz".
Lateral com papel mais interior: "Foi muito mérito de Pep Guardiola que para mim é um génio, é impecável e mudou a forma como vejo o jogo. Tivemos divergências, não foi um choque. Tenho uma personalidade muito forte, ele também e é ele que manda. Seguimos caminhos diferentes e ele é um génio, não tenho problemas em dizê-lo. Em termos de treino é top mundial, ele fez-me ver o futebol de forma diferente e os melhores momentos da minha carreira foram no City, atingi o que talvez poucos laterais conseguiram, não em títulos, mas em satisfação pessoal. Eu ia para os jogos e treinos a desfrutar porque tinha uma equipa fantástica e sentia-me importante nesse grupo. Agradeço-lhe de coração, fez-me viver os melhores momentos da minha vida desportiva. Atenção, uma coisa é ter opiniões diferentes e uma discussão, mas isso não impede o que ele fez por mim, fez-me crescer como homem e jogador e agora vejo o futebol de forma diferente por causa dele".
Bruno Lage no Benfica: "Foi meu treinador na formação e é muito dedicado, apaixonado pelo jogo e treino e muito exigente. Às vezes vejo entrevistas dele e ele quando fala realmente pensa aquilo, é benfiquista, sente o clube e está lá a fazer o seu melhor. Falei há duas semanas com ele em videochamada, foi só uma conversa de como estava a família e os filhos. É curioso porque o meu primeiro treinador do Benfica foi Luís Nascimento, que é o irmão dele, e no segundo ano foi o mister Lage, então tenho essa ligação com ele. Foi ele que me colocou a jogar a defesa-esquerdo, quando cheguei ao Benfica era um pouco jogador da rua e foi ele que me ensinou a jogar, estou-lhe muito grato por isso. (É o homem certo?) Acho que sim, o Benfica é muito exigente, mas é também pela grandiosidade do clube. Para mim, é o maior clube em Portugal e aqui também tenho essa exigência. Há pessoas que não sabem mas o Al Hilal é o maior clube daqui e talvez da Ásia e eu gosto dessa exigência".
Portugal: "É o que mais quero, ganhar algo pelo meu país. Sou uma pessoa que liga muito à família e representar Portugal para mim é representar os meus antepassados, a minha família e os meus amigos. Um título mundial por Portugal seria a cereja no topo do bolo e, se ganhasse, deixava a Seleção. É um título que o meu pai adorava ver, acho que é isso que me falta e a todos os meus colegas na Seleção. Jogar e ganhar títulos pela Seleção é o expoente máximo da carreira de um futebolista".