A decisão do tribunal federal de Mercedes suspende "os efeitos, os termos e o alcance" do decreto "até que seja emitida uma decisão definitiva" sobre o caso.
O decreto, publicado em meados de agosto, impunha um prazo de um ano para que a AFA adaptasse os seus estatutos, que são contrários aos das sociedades anónimas desportivas, para permitir a sua integração na instituição.
A medida, agora suspensa, complementava um decreto do final de 2023, no qual, juntamente com 300 outras reformas, o poder executivo permitia que os clubes de futebol deixassem de ser associações civis nas mãos dos seus membros e se tornassem sociedades anónimas.
Os tribunais já se tinham pronunciado em janeiro contra a reforma que afetava os clubes, mas o poder executivo decidiu avançar com o regulamento e a AFA pediu aos tribunais uma medida cautelar.
A entrada das sociedades anónimas desportivas é um desejo antigo do presidente Milei, que já declarou em várias ocasiões a sua oposição ao "modelo pobre" dos clubes argentinos.
"Pergunta técnica: se a AFA se opõe às Sociedades Anónimas Deportivas, porque é que permite que a equipa titular venha destas sociedades? Será que os resultados são importantes e as SAD têm os melhores jogadores? Chega de socialismo pobre no futebol. VLLC" (n.d.r: Viva La Libertad Carajo), disse Milei na rede X em 12 de julho.
A iniciativa provocou a reação dos principais clubes, incluindo o Boca Juniors, que afirmou na sua conta X que o "xeneize" "ratifica o seu caráter de associação civil sem fins lucrativos e a premissa de que o clube pertence às suas pessoas, aos seus membros, que o tornam maior todos os dias".