Mais

Pepa lembrou o dia em que conheceu Cristiano Ronaldo: "Humilde, simpático e bem-disposto"

Pepa com Cristiano Ronaldo
Pepa com Cristiano RonaldoInstagram/Pepa

Pepa, treinador português de 44 anos, lançou esta segunda-feira o episódio 20 do "Nunca Desistas dos Teus Sonhos", em duas publicações, onde aborda a ida para a Arábia Saudita, onde orientou o Al Taee, em 2022/2023.

"Poucos dias depois de sair do Vitória SC, ainda a digerir tudo e a perceber qual o caminho a seguir, recebo uma chamada do Al Taee, da Arábia Saudita. Queriam muito contratar-me. Estavam em vias de seguir para um estágio na Turquia e queriam que eu fosse já como treinador. Recusei. Queria pensar com calma e acreditava que iria aparecer algo desportivamente mais enquadrado com o meu percurso", recordou Pepa.

"No entanto, dias depois, juntei a equipa técnica para um almoço. Para falarmos da carreira, do futuro, das aprendizagens… e, coincidência das coincidências, a meio do almoço, liga o meu empresário: 'O Al Taee voltou à carga. Eles querem-te mesmo.'. Continuava inclinado para não aceitar, mas fiz uma contraproposta com valores muito altos que, sinceramente, nunca pensei que aceitassem. Mas aceitaram. Sabia que, desportivamente, não era o cenário ideal. Mas para quem veio de baixo, foi uma oportunidade que mudaria as nossas vidas e as das nossas famílias", acrescentou o treinador.

"Não houve muito tempo para pensar. Os contratos chegaram de imediato. Foi tudo muito rápido. Eu e o Samu até fomos a uma papelaria imprimi-los porque tivemos de assinar e enviar logo. Nem deu para respirar! No entanto, no meio de toda esta agitação, houve algo que tratámos com toda a ponderação: a burocracia inerente a uma mudança desta natureza. Tivemos um acompanhamento bastante cuidado e profissional, e este é um conselho que quero deixar. Numa mudança para o estrangeiro, é muito importante ter um bom advogado — garantir, por exemplo, que o contrato está associado à FIFA e ao TAD — e um bom contabilista, porque a morada fiscal conta, e muito", explicou Pepa.

"Porém, em relação ao contexto que encontrámos, esta experiência deu-me uma das grandes lições da minha vida: antes de aceitar qualquer proposta, há que fazer o trabalho de casa. Chegámos à Turquia e tivemos logo o primeiro impacto cultural. Fomos experimentar os equipamentos e, ao tirarmos a t-shirt, o diretor começa aos gritos: 'No, no, no!' Olhámo-nos, até que percebemos que não podíamos estar ali em tronco nu", recordou o técnico de 44 anos.

Após o estágio, rumamos, então, à Arábia Saudita. No dia do primeiro treino, cheguei ao balneário e só lá estavam os jogadores estrangeiros. Achei estranho, saí e fui encontrar os outros jogadores no parque de estacionamento, dentro dos carros, já equipados, à espera da hora do treino. Cinco minutos antes, saíam dos carros e iam para o campo. Fiquei de boca aberta. A meio de um exercício, o capitão diz-me: 'Coach, stop!' Parei — e começaram a rezar", contou Pepa, que recordou ainda quando conheceu pessoalmente o Cristiano Ronaldo.

“Conheci-o pessoalmente no dia do encontro e a impressão não poderia ter sido melhor. Humilde, simpático, bem-disposto. Tivemos uma conversa muito agradável e estava muito satisfeito por ele estar ali", recordou o treinador português.