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Álvaro Pacheco e o uso da boina: "Desde que fiquei careca tive que me adaptar"

Álvaro Pacheco, treinador do Vasco da Gama
Álvaro Pacheco, treinador do Vasco da GamaVasco da Gama

Álvaro Pacheco, novo treinador do Vasco da Gama, deu esta quinta-feira a primeira entrevista no Brasil, ao canal do clube.

Treinar no Brasil: "Era um sonho, porque desde pequeno eu vivi muito o que era o Brasil. Quando eu era pequeno, a seleção portuguesa ainda não era o que é hoje. No Mundial eu torcia sempre pelo Brasil. Desde sempre foi um país que me atraiu. Também pela cultura, pelas novelas que fomos vendo ao crescer. Tieta e Roque Santeiro foram duas novelas que me marcaram (risos). Para ser o meu primeiro projeto fora de Portugal, tinha que ser no Brasil e tinha que ser no Vasco. Por aquilo que é a sua história, a cultura e a envolvência do clube. Estou muito feliz por estar nesta família." 

ADN do Vasco da Gama: "O destaque do vascaíno é que é um povo lutador, que acredita no seu ADN. Desde a sua criação, o vascaíno é unido, solidário, que conseguiu construir o seu próprio estádio. É uma cultura de lutar, de resiliência. O meu grande objetivo é que os vascaínos olhem para dentro do campo e digam: 'esta é a nossa equipa'. Competir todos os jogos e tendo orgulho de ser Vasco, de ser o Gigante da Colina." 

A boina: "Eu desde que fiquei careca, desde que o cabelo se foi, tive que me adaptar. Comecei a usar chapéu. É um acessório que eu usava sempre. Em determinado momento, quando eu estava no Vizela, comecei a usar fato nos dias de jogos. Disseram-me que não ficava bem usar chapéu, e sugeriram usar uma boina. Eu aceitei o desafio e gostei muito. Acho que casou perfeitamente com a minha personalidade, com a minha forma de ser. Nunca mais larguei. Só nos treinos é que uso chapéu, o resto é sempre boina (risos)." 

Dérbi com o Flamengo: "É um jogo especial, logo com um grande dérbi, no Maracanã. Olho com uma vontade muito grande de sermos capazes de colocar em prática o que nós treinamos. Aquilo que vai ser o nosso grande desafio. Disse ao jogadores que perante qualquer adversário, e agora o nosso próximo adversário é um rival, queremos muito ser Vasco. Chegar ali e mostrar a vontade de querer ganhar, de conquistar os três pontos. Sabemos que vai ser um jogo difícil, como todos aqui no Brasil. Todos os jogos são decidos por pormenores. A equipa que conseguir controlar melhor o jogo vai estar mais perto de ganhar. O que pretendemos é isso, uma equipa forte, capaz de buscar a vitória."

Referências: "Há os treinadores estrangeiros, como Guardiola e Klopp. Há José Mourinho, como português, que foi um técnico que abriu muito as portas para os treinadores portugueses pelo mundo. Aqui tem o Abel Ferreira, que admiro muito. Gosto muito de tirar coisas boas deles, mas de construir a minha identidade nas minhas equipas, com as minhas capacidades. A nossa ideia de jogo tem que ser muito própria. Tem que ter a nossa personalidade."

Como se define o Álvaro Pacheco? "Álvaro Pacheco é um apaixonado por futebol. Um treinador que gosta, que é super exigente, que procura todos os dias ser melhor. Tornar-me melhor homem, melhor treinador, melhor cidadão. O treinador e o Álvaro são pessoas muito parecidas: corajoso, destemido, que olha para frente para os desafios sempre. É uma oportunidades para olharmos para frente e buscar aquilo que queremos. Nunca desviar do que são os nossos objetivos. Eu acho que é um casamento perfeito do Álvaro Pacheco treinador com o que é também a identidade."