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O dérbi chega com uma leitura estatística que inverte parte das referências acumuladas antes da última época. O Milan apresenta-se, de facto, com a força da invencibilidade conquistada nos cinco duelos diretos da temporada passada (três vitórias, dois empates), após um período em que tinha perdido sempre frente ao Inter, (seis derrotas consecutivas).
A equipa de Chivu, por sua vez, depois do triunfo a 22 de abril de 2024 que garantiu o Scudetto da segunda estrela, não conseguiu voltar a vencer, não só o Diavolo, mas também a Juventus e o Nápoles nos 11 jogos seguintes (cinco empates, seis derrotas), tendo marcado apenas um golo nos últimos três. Um dado que evidencia as dificuldades recentes dos nerazzurri nos grandes jogos.

O panorama geral, contudo, mostra duas equipas em boa forma: o Inter somou 11 vitórias nos últimos 12 jogos oficiais (uma derrota), com 28 golos marcados (média de 2,3) e sete sofridos (média de 0,6), enquanto o Milan regista apenas uma derrota nas primeiras 13 partidas da época (8 vitórias, 4 empates).
No banco, Chivu atingirá a 25.ª presença na Serie A, com uma média de 1,67 pontos por jogo (2,18 desde que regressou a Milão), enquanto Allegri chegará à marca de 518 jogos, com uma média de 2 pontos por partida.
A importância da primeira parte
A análise dos números sugere um encontro que pode ser decidido já na primeira parte. Inter e Milan são, de facto, as duas equipas que mais golos marcaram na primeira metade dos jogos: o Inter com 11 golos em 26 totais (42,3%) e o Milan com 9 em 17 (52,9%). O impacto é especialmente elevado nos primeiros quinze minutos: cinco golos para os nerazzurri (19,2%) e quatro para os rossoneri (23,5%), colocando-os entre as três equipas mais produtivas do campeonato nesse período.
O Milan mantém esta dinâmica também no final da primeira parte, com mais quatro golos, enquanto o Inter distribui os seus golos de forma diferente, privilegiando o segmento entre os 61 e os 75 minutos: seis golos, equivalentes a 23,1% do total, quase um quarto dos golos da época.

No plano defensivo, surgem padrões opostos. O Inter sofre sobretudo nos últimos 15 minutos de cada parte, período em que encaixa dois terços dos 12 golos sofridos, enquanto o Milan revela dificuldades no primeiro quarto de hora da segunda parte, altura em que concedeu três dos nove golos totais (33%).
As diferenças no jogo aéreo confirmam uma característica marcante dos nerazzurri: cinco dos 26 golos do Inter foram de cabeça, representando 19,2% do total, um valor que se cruza com um dado relevante dos rossoneri, ou seja, dois golos sofridos de cabeça em nove (22,2%).
Milan aposta nos remates de longe
O dado mais relevante, contudo, diz respeito aos golos de fora da área e aos lances de bola parada, especialmente para o Milan. Ambas as equipas marcaram cinco golos de longa distância, mas com pesos diferentes: para o Milan representa 29,4%, para o Inter 19,2%. A distribuição geral revela perfis ofensivos distintos: a equipa de Chivu marca 73,1% dos golos dentro da área, enquanto a de Allegri apenas 58,8%, mostrando soluções mais variadas.
É no momento defensivo, porém, que surge o dado mais claro: o Milan ainda não sofreu qualquer golo de fora da área, enquanto o Inter já encaixou três dos 12 sofridos (25%). O controlo da zona limite da área, tendo em conta as tendências dos rossoneri, torna-se assim um ponto tático central do dérbi.
As bolas paradas, por fim, completam o quadro das assimetrias. O Inter marcou sete golos em 26 através de lances de bola parada (26,9%), enquanto o Milan fez seis em 17 (35,3%).
A diferença decisiva está na vulnerabilidade da equipa de Allegri: mais de metade dos golos sofridos resultam de bolas paradas, cinco em nove, o que equivale a 55,6%. É um dos dados mais desequilibrados entre todos os analisados e um dos potenciais fatores determinantes do confronto.
Líderes frente a frente
O foco nos jogadores destaca dois protagonistas com impacto histórico relevante. Lautaro Martínez marcou nove golos em vinte dérbis e, com mais um, atingirá a dezena, feito alcançado apenas por seis jogadores na história do duelo: Shevchenko (14), Meazza (13), Nordahl e Nyers (11), Ibrahimović e Candiani (10). Pelo Inter, só Meazza (12 nos jogos disputados de azul e preto) e Nyers (11) fizeram melhor. O encontro será também a sua 350.ª presença com a camisola nerazzurra.

Do outro lado, Rafael Leão participou em sete golos frente ao Inter, com três golos e quatro assistências, tendo sido decisivo em momentos importantes, desde a Supertaça da época passada à corrida pelo Scudetto em 2021/22. As suas características, especialmente a capacidade de criar superioridade em espaços abertos, continuam a ser uma das variáveis mais difíceis de controlar para a defesa nerazzurra.

